Programa Nacional de Competitividade em Vacinas, que será apresentando nesta terça (29/9), lista as prioridades para o Brasil no setor até 2015. Das diversas vacinas analisadas, seis estão confirmadas para serem produzidas em até três anos
Programa Nacional de Competitividade em Vacinas, que será apresentando nesta terça (29/9), lista as prioridades para o Brasil no setor até 2015. Das diversas vacinas analisadas, seis estão confirmadas para serem produzidas em até três anos
Agência FAPESP - Seis vacinas consideradas prioritárias para o país sairão em breve das linhas de produção do Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e do Instituto Butantan, em São Paulo. A definição vem de um novo plano estratégico, o Programa Nacional de Competitividade em Vacinas (Inovacina), responsável por um detalhamento profundo de quais doenças a biotecnologia nacional tem mais condições de enfrentar atualmente.
Segundo José Rocha Carvalheiro, coordenador do programa, que será apresentado oficialmente nesta terça (29/9), em Brasília, durante reunião ordinária do Comitê Técnico Assessor de Imunizações do Ministério da Saúde, essas seis vacinas deverão ser produzidas em um prazo de até três anos.
"O programa apenas propõe quais devem ser as vacinas. Quem produz, ou fabrica, são os laboratórios. O que está certo entre os participantes é que algumas vacinas já estão garantidas em suas linhas de produção, seja individualmente ou em conjunto", disse Carvalheiro à Agência FAPESP.
As seis consideradas prioritárias são: pentavalente, raiva em cultura celular, meningites B e C, hepatite A e leishmaniose canina. A primeira, que será produzida em conjunto pelo Instituto Butantan e Bio-Manguinhos, irá combater cinco doenças ao mesmo tempo: difteria, coqueluche, tétano, hepatite B e Haemofilus influenzae. Enquanto a vacina contra a raiva será feita em São Paulo, as outras quatro saírão dos laboratórios do Rio de Janeiro.
O Inovacina, segundo Carvalheiro, também listou prioridades para os próximos cinco e dez anos. O desafio agora, segundo ele, é arrumar recursos financeiros, que já estão sendo negociados dentro do próprio governo, para que a produção possa ser sustentada. A questão das vacinas é apenas parte do estudo, que está inserido dentro de um programa maior, para delimitar as prioridades da saúde no Brasil. Outra análise semelhante está sendo feita para a produção de medicamentos.
Produzir vacinas no Brasil também é uma forma de diminuir o déficit da balança comercial, segundo os dados levantados pelo novo programa. A dependência tecnológica brasileira nesse campo representa um déficit comercial anual da ordem de US$ 121 milhões.
O Inovacina projetou a produção de mais 23 vacinas, além das seis prioritárias. Oito delas para serem desenvolvidas em até cinco anos e mais seis para o prazo de dez anos. Outras oito apenas poderão ser produzidas no país, segundo o estudo, no longo prazo – em 20 anos ou mais. A vacina de DNA para uso terapêutico poderá ser feita, em termos de tecnologia, em até três anos.
A reunião ordinária do Comitê Técnico Assessor de Imunizações do Ministério da Saúde, que será realizada durante dois dias, não tratará apenas do Inovacina, mas de uma pauta muito mais ampla, como a questão da vacinação entre os índios, discussões sobre a febre amarela e sobre a influenza.
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