Primeira aplicação da droga, que teve a aprovação dos Estados Unidos e da África do Sul, ocorreu em julho e foi feita em um voluntário. Os testes em curso são específicos para um subtipo de HIV que existe na Ásia e no sul da África
Primeira aplicação da droga, que teve a aprovação dos Estados Unidos e da África do Sul, ocorreu em julho e foi feita em um voluntário. Os testes em curso são específicos para um subtipo de HIV que existe na Ásia e no sul da África
Agência FAPESP - No dia 17 de julho, na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o primeiro voluntário recebeu uma dose da vacina que pretende imunizar organismos humanos a um subtipo específico de HIV. A variação que está em estudo, do vírus que pode causar Aids, é registrada tanto na Ásia como nos países africanos que estão abaixo do Deserto do Sahara.
O experimento científico pretende desenvolver um tipo de vacina que, no futuro, possa proteger pessoas que tenham um contato freqüente com o subtipo do HIV que ocorre na região de estudo. Ao longo dos próximos dois anos, 48 voluntários dos Estados Unidos e mais 48 da África do Sul – os dois países aprovaram a aplicação das doses por intermédio de seus órgãos competentes – vão participar do estudo.
Para fazer a vacina - a tecnologia utilizada saiu dos laboratórios da Universidade da Carolina do Norte e do Instituto de Doenças Infeciosas do Exército dos Estados Unidos - foi utilizado uma versão chamada segura do VEE (sigla em inglês de um vírus que causa encefalite em cavalos). Na natureza, este microrganismo pode infectar o ser humano via mosquitos.
Os testes em primatas animaram os pesquisadores a usarem a nova substância em humanos. Esta primeira versão da vacina será útil, principalmente, para os pesquisadores estudarem os efeitos colaterais da droga aplicada. A habilidade da vacina de desenvolver uma resposta imunológica também será observada, apesar de não ser o objetivo principal desta fase da pesquisa.
A vacina, além do VEE, contém também uma pequena cópia de parte do material genético do HIV. Os elementos genéticos responsáveis pelo desenvolvimento do vírus não estão presentes. Isto, segundo os cientistas, impede que o HIV deflagre uma infecção dentro do organismo de um voluntário. A mesma proteção foi desenvolvida em relação ao VEE.
Depois de analisados os efeitos colaterais, novas versões da vacina serão desenvolvidas. Nas próximas fases, os cientistas esperam desenvolver drogas que contenham expressões do vírus HIV envelopado.
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