Apesar do grande passo, ainda levará muitos anos para que a vacina chegue aos humanos

Vacina contra ebola
07 de junho de 2005

Cientistas do Canadá e Estados Unidos desenvolvem vacina contra os vírus ebola e Marburg. Testada em macacos, solução se mostrou 100% eficiente. Estudo será publicado na Nature Medicine

Vacina contra ebola

Cientistas do Canadá e Estados Unidos desenvolvem vacina contra os vírus ebola e Marburg. Testada em macacos, solução se mostrou 100% eficiente. Estudo será publicado na Nature Medicine

07 de junho de 2005

Apesar do grande passo, ainda levará muitos anos para que a vacina chegue aos humanos

 

Agência FAPESP - Cientistas norte-americanos conseguiram obter vacinas contra o ebola e o Marburg, dois dos mais mortais vírus existentes. Segundo o estudo, conduzido por pesquisadores da Agência Nacional de Saúde Pública, do Canadá, e do Instituto de Doenças Infecciosas do Centro de Pesquisas Médicas do Exército dos Estados Unidos, as vacinas se mostraram eficientes para proteger macacos em 100% dos casos.

O trabalho será publicado na edição de junho da revista Nature Medicine. Macacos foram usados por desenvolverem sintomas similares aos observados em humanos quando contaminados pelos vírus. De acordo com o estudo, demonstrar que as vacinas são seguras e eficientes nos animais é um indicador muito promissor do potencial para uso em humanos.

Segundo um dos autores do estudo, o norte-americano Thomas Geisbert, essa é a primeira plataforma de vacinas que se mostrou eficiente para proteger primatas contra os vírus mortais. "A vacina atua diretamente em células importantes na produção da resposta imunológica", disse em comunicado do instituto do exército norte-americano.

"Quando vemos as tragédias provocadas por esses vírus, é muito frustrante saber que ainda não podemos fazer nada para ajudar de forma efetiva. Ainda levará algum tempo antes que possamos usar tais vacinas, mas já é uma satisfação saber que estamos chegando perto", disse o canadense Heinz Feldmann, outro dos autores da pesquisa.

O cientista está atualmente em Angola, ajudando a combater a epidemia do vírus Marburg que atinge o país, a pior já registrada em todo o mundo. Segundo boletim de 18 de maio da Organização Mundial de Saúde, 311 pessoas haviam sido mortas desde outubro de 2004, início da epidemia

Não existe cura para o vírus, identificado em 1967 quando funcionários de um laboratório da cidade de Marburg, na Alemanha, foram contaminados enquanto realizavam pesquisas com macacos trazidos de Uganda. O Marburg é da família do filavírus, a mesma do ebola, e causa febre hemorrágica. O contágio se dá pelo contato com fluidos corporais.

"A descoberta mostra, além da dedicação dos envolvidos, o que pode ser conquistado por meio da colaboração científica internacional", elogiou o ministro da Saúde canadense, Ujjal Dosanjh, que ressaltou o papel na redução de epidemias e no risco de uso dos vírus pelo bioterrorismo.

Nature Medicine: www.nature.com/nm


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