USP homenageia Gildo Marçal Brandão

Cientista político do FFLCH, morto em fevereiro, é nomeado professor titular da universidade

Agência FAPESP – Em uma homenagem póstuma, a Universidade de São Paulo (USP) concedeu a Gildo Marçal Brandão o título de professor titular da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

Falecido em 15 de fevereiro, o Brandão pretendia concorrer este ano ao posto no Departamento de Ciências Políticas da universidade. Em cerimônia realizada na semana passada, uma banca presidida por Maria Hermínia Brandão Tavares de Almeida, diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP, concedeu o título póstumo como reconhecimento à carreira e à qualidade do trabalho desenvolvido pelo professor Brandão.

“O concurso de titular é o julgamento do mérito de um professor. Só chega a titular quem tem uma carreira de produção e conhecimento público. Desse ponto de vista, Gildo tinha todos os requisitos para ser um professor titular”, disse Maria Hermínia durante a cerimônia.

O professor da FFLCH, Gabriel Cohn, que também compôs a banca disse apostar na continuidade das pesquisas de Brandão por seus alunos. “Ele conseguiu se cercar de um grupo de jovens intelectuais de excelente qualidade, e todos eles estão muito motivados. Então, tenho certeza de que vai haver continuação, em uma nova linhagem”, disse.

A banca ainda contou com a presença do professor Renato Lessa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que destacou a atuação de Brandão na organização dos profissionais de ciência social no Brasil.

“Gildo pensava politicamente as ciências sociais, isto é, não só como disciplinas técnicas. Ele era uma figura fundamental na organização política dos cientistas sociais, uma tarefa urgente e muito importante”, disse.

Brandão era assessor ad hoc da FAPESP e coordenava o Projeto Temático “Linhagens de pensamento político e social brasileiro”, apoiado pela Fundação.

Entre suas obras mais conhecidas estão A Esquerda Positiva (As Duas Almas do Partido Comunista, 1920-1964) (Hucitec, 1997), Linhagens do Pensamento Político Brasileiro (Hucitec, 2007) e Caio Prado Júnior e a nacionalização do Marxismo no Brasil (Editora 34, 2000), esta última lançada com apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.