FAPESP oferecerá 30 bolsas de Doutorado Direto para os estudantes melhor qualificados (foto: GRE)
FAPESP oferecerá 30 bolsas de Doutorado Direto para os estudantes melhor qualificados
FAPESP oferecerá 30 bolsas de Doutorado Direto para os estudantes melhor qualificados
FAPESP oferecerá 30 bolsas de Doutorado Direto para os estudantes melhor qualificados (foto: GRE)
José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – A expansão quantitativa da pós-graduação foi um componente expressivo da educação brasileira nos tempos recentes, com o aumento do número de mestres e doutores e o crescimento da publicação de artigos em revistas internacionais especializadas. Mas sempre havia a ressalva de que a qualidade não acompanhava a quantidade. Tomando-se como referência os indicadores de qualidade normatizados nas bases Scopus e Web of Science, a curva do desempenho do país, com a Universidade de São Paulo (USP) à frente, manteve-se, por décadas, na faixa de 80% a 90% da média mundial.
O cenário mudou nos últimos três anos, quando a curva de desempenho da USP, puxando atrás de si a curva brasileira, ultrapassou a média mundial. “Cruzamos o Cabo das Tormentas, o Cabo da Boa Esperança”, comentou o pró-reitor de pós-graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr. O comentário – durante uma apresentação sobre o já realizado pela universidade e o que se pretende realizar – foi feito por Carlotti no evento de assinatura do memorando de entendimento USP-FAPESP para adoção do Graduate Record Examination (GRE) como instrumento de seleção de alunos para os cursos de pós-graduação.
O memorando foi assinado, em 17 de agosto, por Marco Antonio Zago, reitor da USP, e Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP.
O GRE é um exame de proficiência que avalia a capacitação do candidato para ingresso em diferentes tipos de cursos e seu potencial de sucesso. O teste é aplicado em mais de 160 países. E, no rol das melhores instituições de ensino superior do mundo, é adotado, por exemplo, pela Harvard University e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.
O exame propõe-se avaliar habilidades como raciocínio verbal, raciocínio quantitativo e escrita analítica. Na primeira rodada de aplicação, 48 programas de pós-graduação da USP utilizarão as notas obtidas no GRE como parte do processo seletivo. A essa triagem básica, serão acrescentadas avaliações próprias de cada curso, como prova específica e análise de currículo, entre outras.
A FAPESP disponibilizará 30 bolsas, na modalidade Doutorado Direto, para os candidatos, de quaisquer áreas, que, submetidos ao GRE e à avaliação específica, obtiverem a maior pontuação. Seus orientadores deverão ser Pesquisadores Responsáveis ou Pesquisadores Principais em modalidades de auxílio apoiados pela FAPESP que incluam a concessão de Bolsas como Item Orçamentário (BCO).
O que se espera é que a iniciativa não apenas contribua para a qualificação dos alunos brasileiros, mas também atraia para o país estudantes de outras nacionalidades. A adoção de um exame de padrão internacional faz parte do esforço de internacionalização da Universidade de São Paulo, em sintonia com o que ocorre nas principais instituições de ensino superior do mundo. Para acolher alunos estrangeiros, a USP já oferece 121 disciplinas em língua inglesa. E a expectativa é não apenas aumentar o número de cursos em inglês, mas também disponibilizar cursos em espanhol e francês.
“O que faz uma pós-graduação ser boa, no nível das melhores do mundo, é ter alunos excelentes. Este é o primeiro requisito. Ótimos professores e ótima infraestrutura vêm em seguida. Em primeiro lugar, vêm os alunos. E a Universidade de São Paulo já tem muitos alunos brilhantes na pós-graduação. Mas percebeu que precisa buscar mais – tanto dentro quanto fora do país. Buscar alunos excelentes para os cursos de pós-graduação onde quer que eles estejam”, comentou o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, presente no evento de assinatura do memorando.
“Esta iniciativa tornará a Universidade de São Paulo mais internacional, mais sintonizada com o resto do mundo, o que deverá trazer muito bons resultados não só para a própria USP como para todo o sistema de pesquisa paulista”, acrescentou.
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