Estudo feito na Unifesp com apoio da FAPESP analisa os efeitos da administração de probiótico na asma alérgica experimental (foto: Wikimedia Commons)

Uso indiscriminado de probióticos para tratamento de asma pode fazer mal à saúde
21 de julho de 2021

Estudo feito na Unifesp com apoio da FAPESP analisa os efeitos da administração de probiótico na asma alérgica experimental

Uso indiscriminado de probióticos para tratamento de asma pode fazer mal à saúde

Estudo feito na Unifesp com apoio da FAPESP analisa os efeitos da administração de probiótico na asma alérgica experimental

21 de julho de 2021

Estudo feito na Unifesp com apoio da FAPESP analisa os efeitos da administração de probiótico na asma alérgica experimental (foto: Wikimedia Commons)

 

Agência FAPESP * – Recente estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) investiga os possíveis benefícios e riscos do uso indiscriminado de probióticos por consumidores asmáticos.

A asma constitui um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Os diferentes fenótipos da doença podem ser influenciados pela interação entre o ambiente, a microbiota intestinal e a genética do hospedeiro. A fim de minimizar os efeitos da doença, muitas estratégias são investigadas para modular a composição da microbiota, como a suplementação com probióticos, que são produtos alimentares que contêm micro-organismos vivos cuja ingestão pode trazer benefícios à saúde.

“Nossos dados mostraram que o uso do mesmo probiótico induziu diferentes mudanças na microbiota intestinal, que se correlacionaram com a microbiota intestinal do hospedeiro, mas que essas mudanças podem nem sempre ter implicações positivas para a saúde, e efeitos adversos podem ocorrer”, explica Caroline Marcantonio Ferreira, docente e pesquisadora do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp que conduziu o estudo, em entrevista à Assessoria de Imprensa da Unifesp.

A pesquisa foi publicada em artigo no periódico científico Microbiome e teve apoio da FAPESP pelos projetos “Efeito dos ácidos graxos de cadeia curta produzidos por bactérias probióticas na profilaxia e tratamento da inflamação alérgica das vias aéreas” e “Probiótico como uma ferramenta terapêutica no eixo pele-pulmão-intestino”.

Os cientistas investigaram se a diversidade da microbiota intestinal e fatores genéticos do hospedeiro influenciam os efeitos da administração oral de um probiótico produtor de acetato, o Bifidobacterium longum 51A, na inflamação alérgica experimental das vias aéreas induzida por ovoalbumina em duas linhagens de camundongos.

Para tanto, foram usadas duas linhagens de camundongos, A/J e C57BL/6. Camundongos A/J apresentam maior predisposição para desenvolver respostas alérgicas comparados aos C57BL/6. Além disso, o camundongo A/J apresenta uma microbiota menos diversa comparado ao C57BL/6.

A pesquisa também revela, por meio de um experimento de transplante de embrião, que a composição da microbiota foi muito relevante para o fenótipo de inflamação alérgica das vias aéreas.

“Portanto, o uso indiscriminado de probióticos deve ser reconsiderado, pois os efeitos desses produtos são dependentes de parâmetros do hospedeiro, como a microbiota intestinal residente”, complementa Ferreira.

*Com informações de Matheus Campos, da assessoria de imprensa da Unifesp.
 

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