Universitários na selva
18 de janeiro de 2005

O Projeto Rondon, que desde 1989 não era mais feito, está de volta. No seu relançamento, 200 universitários vão se espalhar por vários municípios amazonenses com o objetivo de identificar as principais necessidades da população. No futuro, a intenção é transformar os dados obtidos agora em políticas públicas para a região

Universitários na selva

O Projeto Rondon, que desde 1989 não era mais feito, está de volta. No seu relançamento, 200 universitários vão se espalhar por vários municípios amazonenses com o objetivo de identificar as principais necessidades da população. No futuro, a intenção é transformar os dados obtidos agora em políticas públicas para a região

18 de janeiro de 2005

 

Agência FAPESP - Desde o fim de semana, 200 universitários, 75% deles do sexo feminino, estão em Manaus para participar do relançamento do Programa Rondon, que desde 1989 estava extinto. Os estudantes vão se dividir em 40 equipes multidisciplinares com cinco pessoas cada, de 40 instituições de ensino superior diferentes, antes de se espalhar pelo interior do Amazonas.

Os grupos receberão um treinamento de ambientação na selva durante três dias, realizado pelo 1º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) e Centro de Guerra na Selva (CIGS). Também estão incluídas na programação visitas ao Instituto de Pesquisa na Amazônia (Inpa), à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ao Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), além do Parque Industrial.

O projeto Rondon, criado em 1966 e extinto em 1989, foi relançado a pedido da União Nacional dos Estudantes (UNE), sob a coordenação do Ministério da Defesa, em parceria com o Ministério da Educação. Durante os 22 anos de funcionamento, a iniciativa, segundo números oficiais, envolveu a participação de 350 mil universitários.

A nova edição do projeto está dividida em duas fases. Na primeira, a missão das equipes é coletar dados e identificar as principais necessidades dos municípios amazonenses. Na segunda fase, a expectativa é que sejam geradas, e aplicadas, na região políticas públicas construídas com base nos dados que foram obtidos em campo pelos universitários.

Cada equipe vai fazer um diagnóstico da situação dos municípios na área da saúde, infra-estrutura, gestão pública, agronomia e educação. As cidades que serão visitadas pelos estudantes são: Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Tefé, Yauaretê, Maturacá, Benjamim Constant, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, Carauari, Eurinepé, Fonte Boa, Coari e Santa Isabel do Rio Negro.

O relançamento oficial do Projeto Rondon, que tem o patrocínio da Petrobras e da Força Aérea Brasileira (FAB), ocorrerá na cidade de Tabatinga, no Amazonas, nesta quarta-feira (19/01). A cerimônia deverá contar com as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, do ministro da Educação, Tarso Genro, e do coordenador-geral do projeto, o general-de-brigada Gilberto Arantes Barboza.

As atividades do Projeto Rondon vão começar, de forma efetiva, nesta quinta-feira (20/01) e devem durar, pelo menos, até o fim do mês. O título do programa é uma homenagem ao Marechal Cândido Rondon (1865-1958). Nascido próximo a Cuiabá, na cidade de Mimoso, ele desbravou mais de 50 mil quilômetros de sertão, principalmente pelas regiões Centro-Oeste e Norte do país, como membro da Comissão de Construção da Linha Telegráfica. Rondon ganhou a condecoração de marechal apenas aos 90 anos, três anos antes de sua morte.


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