Universidade Estadual de Maringá solicita patente de medicamento
01 de agosto de 2003

Produto à base de mel e própolis é registrado no Ministério da Agricultura como forma de alimento, mas pesquisadores comprovam sua eficácia medicinal e pedem seu trânsito para o Ministério da Saúde, que só formaliza o registro com a existência de dados experimentais

Universidade Estadual de Maringá solicita patente de medicamento

Produto à base de mel e própolis é registrado no Ministério da Agricultura como forma de alimento, mas pesquisadores comprovam sua eficácia medicinal e pedem seu trânsito para o Ministério da Saúde, que só formaliza o registro com a existência de dados experimentais

01 de agosto de 2003

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - A Universidade Estadual de Maringá (UEM) está entrando com um pedido de patente para um medicamento junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Desenvolvido na universidade paranaense, trata-se de um spray a base de mel e própolis, que já vem sendo comercializado, mas como alimento, com o nome Propovit plus.

O produto foi desenvolvido em parceria com a empresa Bionatus, de São José do Rio Preto (SP), que investiu R$ 50 mil no projeto, recursos utilizados na construção do Laboratório de Toxicologia de Fitoterápicos, além da aquisição de equipamentos e treinamento dos alunos envolvidos no estudo, segundo o coordenador da pesquisa que levou ao desenvolvimento do produto, Luis Carlos Marques, do Departamento de Farmácia e Farmacologia da UEM.

Da mesma forma que dezenas de produtos a base de própolis, o Propovit plus é registrado no Ministério da Agricultura como forma de alimento. O objetivo da pesquisa realizada na UEM foi relevar o diferencial do produto, comprovando sua eficácia medicinal. Dessa forma, o spray poderia transitar para o Ministério da Saúde, órgão que só formaliza o registro com a existência de dados experimentais.

"Não há similar registrado no Ministério da Saúde", disse Marques à Agência FAPESP. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o único produto a base de própolis registrado como medicamento é utilizado para o tratamento de herpes. Após uma série de estudos pré-clínicos realizados pela UEM, o Propovit plus mostrou ter efeitos positivos em infecções de boca e garganta, além de baixa toxicidade em sua fórmula.

Marques se anima com o potencial do o Propovit plus e com o ganho que poderá ser repassado à Universidade Estadual de Maringá. "O acordo que fizemos prevê que ele seja vendido como um produto patenteado, onde 3% de sua comercialização bruta seria repassado à Universidade. Queremos transformar um produto aparentemente simples em algo extremamente valorizado no mercado", disse.

Os trabalhos, conduzidos pelo Departamento de Farmácia e Farmacologia, com a colaboração dos Departamentos de Análises Clínicas e Medicina, e do Biotério Central da UEM, foram publicados em três revistas técnico-científicas, sendo uma internacional, a publicação argentina ACTA Farmacéutica Bonaerense.


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