Unicamp lança portal que conecta pesquisadores a equipamentos e serviços da universidade

Banco de dados de acesso aberto traz a relação de instrumentos de pesquisa disponíveis para compartilhamento, indica a unidade em que estão instalados e permite agendar o uso

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lançou recentemente o Portal de Equipamentos Multiusuários e Serviços. A iniciativa torna acessível a toda a sociedade uma base de dados sobre os equipamentos e serviços disponíveis na universidade.

O objetivo é estabelecer uma grande rede de colaboração com equipamentos que possam ser compartilhados e aumentar a conexão entre a comunidade de pesquisa e o setor empresarial.

“São equipamentos de médio e grande porte das unidades que estão disponíveis para o uso de pesquisadores do Estado de São Paulo e de outros locais do país, bem como para pessoas do setor privado que queiram fazer alguma medida ou obter um serviço”, disse Munir Skaf, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp.

Segundo Skaf, com a plataforma será mais fácil para toda a sociedade ter acesso ao parque de equipamentos da instituição. O portal traz a relação dos instrumentos de pesquisa instalados no campus, sua descrição, localização, departamento, pesquisador responsável, palavras-chave e permite também o agendamento de uso e a precificação do serviço.

“Um exemplo clássico é o de um pesquisador da Unicamp ou de outra universidade, ou ainda de um laboratório clínico, que precise fazer um sequenciamento genético. Nosso campus tem esse serviço, então é só fazer a busca na plataforma e agendar o uso”, disse Skaf.

Com esse service facility a Unicamp espera melhorar a eficiência no uso de seus recursos de pesquisa. “Em vez de comprar vários equipamentos caros e grandes, que ficam parte do tempo ociosos, é possível ter um número menor e fazer com que outros usuários possam usá-los na forma de prestação de serviços. Os valores cobrados serão usados para comprar reagentes e fazer a manutenção dos instrumentos, por exemplo”, disse Skaf.

A iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp segue a política do programa Equipamentos Multiusuários (EMU) da FAPESP – que tem um site com informações sobre equipamentos do tipo adquiridos com apoio da FAPESP – e a Lei de Inovação Tecnológica (Lei 10.973/2004) – regulamentada no Estado de São Paulo pelo Decreto Estadual de Inovação (Decreto 62.817/2017).

O Portal de Equipamentos Multiusuários e Serviços da Unicamp foi lançado com os dados de seis unidades da universidade, o que resultou em 140 equipamentos cadastrados por enquanto. A expectativa é que o número aumente nos próximos meses.

“Como algumas das grandes unidades ainda não entraram no portal, esperamos que o número de equipamentos catalogados e acessíveis possa triplicar em pouco tempo”, disse Skaf.

Segundo o pró-reitor, o portal não remete o usuário diretamente ao responsável pelo equipamento, mas sim para a unidade onde ele está instalado. “O objetivo é estimular a unidade a ter seu próprio portal e a criar seu service facility, incluindo seus equipamentos de grande porte na categoria de multiuso”, disse.

Para aumentar a adesão ao programa, a Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp disponibilizou também um kit composto por uma plataforma web customizável (template) e um serviço web de agendamento, que servirão para as unidades divulgarem e administrarem seus equipamentos e serviços.

Skaf ressalta que a Unicamp tem tradição em laboratórios multiusuários. É o caso do Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida (LaCTAD), apoiado pelo programa EMU da FAPESP, além do Instituto de Química (IQ), que mantém há décadas um parque institucional de equipamentos compartilhados e, desde 1997, instituiu uma Central Analítica que presta serviços na área de análises químicas.

Há ainda laboratórios multiusuários no Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), no Instituto de Biologia (IB), na Faculdade de Tecnologia (FT), na Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e no Centro de Componentes Semicondutores (CCS), dentre outros, todos com apoio do programa da FAPESP.