Cientistas afirmam que parceria de campanhas de combate a doenças pode fazer com que se atinja a meta de reduzir pela metade o número de mortes provocados pela malária na África até 2010 (foto: NIH)

União de forças contra epidemias
11 de maio de 2004

Cientistas propõem, em artigo no British Medical Journal, mudanças nas estratégias de saúde pública. Segundo eles, a parceria de campanhas de combate a doenças pode fazer com que se atinja a meta de reduzir pela metade o número de mortes provocados pela malária na África até 2010

União de forças contra epidemias

Cientistas propõem, em artigo no British Medical Journal, mudanças nas estratégias de saúde pública. Segundo eles, a parceria de campanhas de combate a doenças pode fazer com que se atinja a meta de reduzir pela metade o número de mortes provocados pela malária na África até 2010

11 de maio de 2004

Cientistas afirmam que parceria de campanhas de combate a doenças pode fazer com que se atinja a meta de reduzir pela metade o número de mortes provocados pela malária na África até 2010 (foto: NIH)

 

Agência FAPESP - Uma nova estratégia, proposta por dois importantes especialistas em saúde pública, pode reduzir pela metade o número de mortes provocadas pela malária na África até 2010. O conjunto de medidas foi publicado na edição de 8 de maio do periódico British Medical Journal.

Os cientistas são o britânico David Molyneux, diretor do Centro de Apoio à Filariase Linfática da Escola de Medicina Tropical de Liverpool, e o queniano Vinand Nantulya, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e do Fundo Mundial para o Combate à Aids, Tuberculose e Malária, da Organização das Nações Unidas.

A meta de cortar pela metade o número de mortes causadas pela malária até 2010 foi estabelecida há alguns anos pela iniciativa Afaste a Malária, da Organização Mudial de Saúde (OMS). Atualmente, a doença mata cerca de um milhão de pessoas todos os anos em todo o mundo, a grande maioria na África.

Unir os programas de controle da malária com outras campanhas de controles de doenças é o que Molyneux e Nantulya aconselham. Um exemplo de cooperação seria a distribuição de mosquiteiros em conjunto, de modo a reduzir custos e atingir um número maior de comunidades. As telas são consideradas fundamentais. "A abordagem mais efetiva para reduzir a morbidade e mortalidade da malária entre as populações mais pobres de áreas rurais da África é o controle do mosquito vetor", explicaram.

Segundo os pesquisadores, as parcerias entre os programas são ótimas oportunidades de estender os benefícios de saúde pública, como a melhoria na nutrição ou o fornecimento de água tratada, às populações que vivem em zonas agrícolas ou remotas.

Outros programas, baseados em doações de remédios, têm contribuído para reduzir problemas como anemia ou verminoses. Caso os programas de malárias se unam a eles, o resultado pode ser a redução da mortalidade infantil e materna e a diminuição da freqüência de febre provocada pela doença.

Os cientistas mencionam o exemplo ocorrido recentemente da distribuição de mosquiteiros durante uma campanha de vacinação contra sarampo em regiões remotas na Zâmbia e em Gana. A campanha atingiu a meta prevista de cobertura com as telas em apenas uma semana.

Segundo Molyneux e Nantulya, programas atualmente focados em uma única doença deveriam estabelecer vínculos com outras campanhas nacionalmente, regionalmente e dentro da mesma comunidade. Os cientistas alertam para a urgência de se mudar as estratégias atuais de controle da malária, de modo a maximizar as oportunidades para prover melhorias na saúde a comunidades vulneráveis.

Leia o artigo completo em: http://bmj.bmjjournals.com/cgi/content/full/328/7448/1129


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