Laboratório no campus de Botucatu vai armazenar tecidos de animais afetados por tumores ou doenças infecciosas para uso em pesquisas (Unesp)

Unesp cria o primeiro biobanco veterinário do Brasil
29 de abril de 2013

Laboratório no campus de Botucatu vai armazenar tecidos de animais afetados por tumores ou doenças infecciosas para uso em pesquisas

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Laboratório no campus de Botucatu vai armazenar tecidos de animais afetados por tumores ou doenças infecciosas para uso em pesquisas

29 de abril de 2013

Laboratório no campus de Botucatu vai armazenar tecidos de animais afetados por tumores ou doenças infecciosas para uso em pesquisas (Unesp)

 

Por Karina Toledo

Agência FAPESP – As amostras de tecidos afetados por tumores ou por doenças infecciosas armazenadas nos chamados biobancos têm se tornado ferramentas preciosas para pesquisadores que se dedicam a estudar a evolução natural das enfermidades ou a buscar marcadores genéticos que ajudem a prever o prognóstico de um paciente e sua resposta ao tratamento.

Em 1997, o Hospital A.C.Camargo inaugurou a primeira estrutura do gênero no país para abrigar tecidos humanos afetados por tumores. Agora, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, acaba de implantar o primeiro banco de tecido biológico voltado exclusivamente para animais.

O trabalho começou em 2010, sob a coordenação da professora Noeme Sousa Rocha, do Departamento de Clínica Veterinária. Hoje, há cerca de 50 amostras armazenadas, todas de tecidos caninos afetados por tumores e coletadas durante pesquisas desenvolvidas pelos pós-graduandos da instituição.

A montagem do banco contou com o apoio da FMVZ, que providenciou um freezer específico e a reforma da área onde a estrutura foi instalada. O software usado para gerir o banco e facilitar a troca de informações entre os pesquisadores foi doado pelo Hospital A.C.Camargo. Os demais equipamentos foram adquiridos por meio de projetos apoiados pela FAPESP e pelo CNPq.

“Os tecidos estão armazenados em um freezer a menos 80 graus Celsius. A ideia é preservar o material para uso em pesquisas. Podemos aplicar técnicas de biologia molecular existentes e, no futuro, novas tecnologias mais avançadas que forem surgindo”, explicou Rocha.

Outra vantagem do armazenamento de tecidos é permitir analisar como a doença evolui com o passar do tempo. “Hoje só conseguimos estudar a doença no presente. Não temos uma base de comparação para saber, por exemplo, se um vírus está se tornando mais ou menos agressivo”, disse.

O biobanco da FMVZ ainda funciona de forma experimental. Segundo Rocha, a ideia é incluir tecidos de outros animais, principalmente de bovinos. Outro plano é investir no intercâmbio de conhecimento e de material com pesquisadores de outras instituições brasileiras e de outros países.

“A troca de experiências entre diferentes profissionais permite a investigação globalizada e estudos comparativos. Pode ainda auxiliar governantes a tomar medidas mais eficientes de saúde pública, ajudando na prevenção e no diagnóstico precoce”, disse.

Rocha também ressalta que o biobanco será uma ferramenta importante para graduandos e pós-graduandos da instituição, colaborando para a formação de recursos humanos.

Entre os projetos apoiados pela FAPESP que contribuíram para a montagem do banco estão:

 

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