São poucos os estudos que existem sobre o impacto de corpos celestes na América do Sul (Foto: NASA)

Uma nova cratera, 20 anos depois
06 de agosto de 2004

Pela primeira vez, a reunião anual da Sociedade Meteorítica Internacional está sendo realizada na América no Sul. Durante o evento, o professor Alvaro Crósta, da Unicamp, apresentou à comunidade científica a cratera de Vista Alegre, localizada no Paraná

Uma nova cratera, 20 anos depois

Pela primeira vez, a reunião anual da Sociedade Meteorítica Internacional está sendo realizada na América no Sul. Durante o evento, o professor Alvaro Crósta, da Unicamp, apresentou à comunidade científica a cratera de Vista Alegre, localizada no Paraná

06 de agosto de 2004

São poucos os estudos que existem sobre o impacto de corpos celestes na América do Sul (Foto: NASA)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - As Reuniões Anuais da Sociedade Meteorítica Internacional ocorrem há 67 anos. Pela primeira vez, o evento que será encerrado nesta sexta-feira (6/8), no Rio de Janeiro, é realizado na América do Sul. A outra novidade do congresso também tem a ver com a questão geográfica. Ninguém havia aparecido nesse evento, nas últimas duas décadas, para comunicar a descoberta de um novo impacto meteorítico na América do Sul.

"A comunidade internacional recebeu muito bem a nova descoberta. Há quase 20 anos isso não ocorria", disse Alvaro Crósta, professor do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas à Agência FAPESP. No Rio, ele fez o comunicado ofical da descoberta da cratera Vista Alegre, estudada por ele no interior do Paraná.

Segundo o pesquisador brasileiro, mesmo ainda durante o congresso, grupos internacionais demonstraram interesse em particicpar de trabalhos científicos na América do Sul. "Alguns dos maiores especialistas mundiais da área manifestaram interesse de que se estabeleça uma cooperação mais sistemática. São grupos do Canadá, dos Estados Unidos e da África do Sul", explica Crósta.

A cratera apresentada oficialmente esta semana no Rio de Janeiro é a quinta já descoberta até hoje no Brasil. A Vista Alegre tem 9,5 quilômetros de diâmetro. Em termos de tamanho, ela é uma das menores encontradas no território nacional, maior apenas que a cratera Riachão, de 4,5 quilômetros de diâmetro, localizada no Maranhão.

As três maiores da lista são a do Domo do Araguainha (40 km de diâmetro), na divisa de Mato Grosso e Goiás, a da Serra da Cangalha (12 km), em Tocantins, e a do Domo do Vargeão (12 km), em Santa Catarina. Em toda a América do Sul, estimam os pesquisadores internacionais que se reuniram esta semana no Rio de Janeiro, existem ainda muitas outras crateras para serem descobertas e detalhadas.

"Apenas em termos de Brasil, existe uma previsão de que haja pelo menos o dobro do número atual de crateras expostas na superfície do território brasileiro", afirma Crósta. Essa previsão, segundo o pesquisador brasileiro, dá uma idéia aproximada do quanto ainda falta avançar nesse campo do conhecimento no País.


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