Programa Biota-FAPESP ganha, pela segunda vez, o Prêmio Ford de Conservação Ambiental e fecha o ano de seu décimo aniversário lançando novo site e colocando em discussão plano de metas para 2020 (Foto: Ford)

Uma década de reconhecimento
17 de dezembro de 2009

Programa Biota-FAPESP ganha, pela segunda vez, o Prêmio Ford de Conservação Ambiental e fecha o ano de seu décimo aniversário lançando novo site e colocando em discussão plano de metas para 2020

Uma década de reconhecimento

Programa Biota-FAPESP ganha, pela segunda vez, o Prêmio Ford de Conservação Ambiental e fecha o ano de seu décimo aniversário lançando novo site e colocando em discussão plano de metas para 2020

17 de dezembro de 2009

Programa Biota-FAPESP ganha, pela segunda vez, o Prêmio Ford de Conservação Ambiental e fecha o ano de seu décimo aniversário lançando novo site e colocando em discussão plano de metas para 2020 (Foto: Ford)

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – O Programa Biota-FAPESP ganhou pela segunda vez o Prêmio Ford de Conservação Ambiental na categoria “Ciência e formação de recursos humanos”. Há exatos dez anos o programa, recém-criado, ganhou na categoria “Iniciativa do ano”.

O Prêmio Ford, considerado um dos reconhecimentos de maior prestígio da área ambiental no Brasil, elege os principais trabalhos no setor. De acordo com o coordenador do Biota-FAPESP, Carlos Alfredo Joly, a nova premiação – que atesta o sucesso alcançado em dez anos de atividades – ocorre exatamente no momento em que o programa lança seu novo site e divulga o Plano de Metas Estratégias para 2020.

“Em 1999, o prêmio reconhecia o esforço de articulação da comunidade científica e da FAPESP em criar um programa de pesquisa integrando pesquisadores e instituições do Estado de São Paulo, em torno das premissas estabelecidas pela Convenção sobre a Diversidade Biológica. Agora, o prêmio distingue a importância efetiva do Biota-FAPESP para pesquisa em caracterização, conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade”, disse Joly à Agência FAPESP.

Joly, que é professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca que a premiação coroa um ano de atividade especialmente intensa do programa. Em 2009, por exemplo, foram realizados três grandes eventos: Biota + 10: Definindo metas para 2020, Ecologia Aplicada e Dimensões Humanas em Conservação Biológica e Simpósio Internacional sobre DNA Barcoding.

Ainda este ano, o programa esteve ligado diretamente ao lançamento de duas chamadas feitas pela FAPESP: Apoio à Infraestrutura de Pesquisa de Museus, Centros Depositários de Informações e Documentos e de Coleções Biológicas e Pesquisa em Biodiversidade Marinha.

“Compreendendo que boa parte do sucesso do programa vem da permanente avaliação crítica dos pesquisadores que atuam nessa grande área temática, promovemos em 2009 um intenso debate sobre o Plano de Metas e Estratégias para 2020, que agora estamos colocando em discussão para que a comunidade científica possa, por 90 dias, enviar sugestões”, disse.

Uma vez transcorrido o prazo, a coordenação do programa redigirá a versão definitiva do Plano de Metas e Estratégias, que guiará as iniciativas do programa na próxima década.

“Toda essa intensa atividade em 2009 culminou com o lançamento do novo site. Desde o início o Biota-FAPESP optou por utilizar a internet como meio de comunicação. Em seu primeiro ano, o programa já havia criado uma homepage e uma lista de discussão”, contou Joly.

Os outros ganhadores na 14ª edição do Prêmio Ford de Conservação Ambiental são o entomólogo Vitor Becker (na categoria Conquista Individual), IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas (Negócios em Conservação), Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (Meio Ambiente nas Escolas) e Elring Kliger (categoria Fornecedor). O troféu e o prêmio de R$ 20 mil a cada participante foram entregues durante solenidade realizada em Camaçari (BA), na semana passada.

Modelo internacional

Depois de dez anos de atividades, o Biota-FAPESP é reconhecido internacionalmente como uma experiência bem-sucedida. O programa conseguiu gerar subsídios para o aperfeiçoamento da legislação no Estado de São Paulo na área de conservação e de recuperação da biodiversidade nativa, além de formar 169 mestres, 108 doutores e 80 pós-doutores capacitados e treinados para trabalhar em caracterização, conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade.

“Além disso, o programa gerou mais de 750 artigos em periódicos nacionais e internacionais especializados, além de 16 livros e dois atlas. O Biota-FAPESP passou a ser utilizado como modelo para implantação de programas semelhantes em outros Estados brasileiros – por exemplo, na Bahia, em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul”, disse Joly.

O programa também inspirou a criação de um programa nacional, atualmente em discussão no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“No âmbito internacional, o Biota-FAPESP estabeleceu parcerias com a Diversitas, com o Biota África, com o Escritório Regional para América Latina e Caribe do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU-LAC) e com o Comitê Científico sobre Problemas do Meio Ambiente (Scope).

O Programa Biota-FAPESP começou a ser planejado no início de 1996, quando a Diretoria Científica da FAPESP convocou uma reunião, com cerca de 100 lideranças da grande área abrangida pela temática da caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade.

“Na reunião, no dia 8 de abril daquele ano, na sede da FAPESP, ficou patente o grande interesse dos pesquisadores na criação de um projeto especial de pesquisa e a pertinência da Fundação de apoiar o que viria a ser o Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, inicialmente denominado Biota-SP”, disse Joly.

Na mesma reunião também ficou definido que o programa deveria ter como escopo todas as formas de organismos vivos do Estado de São Paulo, fossem terrestres, de água doce ou marinhos.

“O foco dos projetos deveria cobrir toda gama de pesquisas que a temática caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade abrange, desde revisões taxonômicas e inventários à ecologia de paisagens, passando pelo funcionamento de ecossistemas e as dimensões humanas”, explicou.

Em maio de 1998, 16 Projetos Temáticos articulados foram formalmente protocolados na FAPESP no âmbito do programa. “Com a aprovação dos primeiros projetos no final de 1998 e a publicação dos dois primeiros volumes da série Biodiversidade do Estado de São Paulo: síntese do conhecimento ao final do século XX, em fevereiro de 1999, o Conselho Superior da FAPESP aprovou a criação do Programa Biota/FAPESP, que foi oficialmente lançado no dia 25 de março de 1999”, disse Joly.

Programa Biota-FAPESP: www.biota-fapesp.net

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