Um novo mundo nos trópicos?
21 de julho de 2008

Para João Paulo dos Reis Velloso, ex-ministro do Planejamento, o Brasil pode se tornar o melhor dos países emergentes. Leia na nova edição de Pesquisa FAPESP

Um novo mundo nos trópicos?

Para João Paulo dos Reis Velloso, ex-ministro do Planejamento, o Brasil pode se tornar o melhor dos países emergentes. Leia na nova edição de Pesquisa FAPESP

21 de julho de 2008

 

Por Mariluce Moura

Revista Pesquisa FAPESP – O economista João Paulo dos Reis Velloso, 77 anos, foi ministro do Planejamento, criou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ajudou a fazer da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) uma agência competente e ainda trabalhou para transformar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em fundação.

Depois que saiu do governo em 1979 Reis Velloso fez uma breve incursão pela iniciativa privada, mas se reencontrou na tarefa de pensar o Brasil, apresentar idéias e projetos para o país no Fórum Nacional que inventou em 1988 e que, a essa altura, já acumula 80 livros onde ambos estão muito bem documentados.

O 20º Fórum, ocorrido entre 26 e 30 de maio último, no Rio de Janeiro, com o tema “Um novo mundo nos trópicos (sob o signo da incerteza)”, forneceu a ocasião perfeita para a conclusão desta entrevista que, na verdade, começara em fins de 2005 (para uma tese de doutorado). A conversa, apesar da interrupção de dois anos e meio, continuou fluente.

Pesquisa FAPESP – A impressão que ficou desse 20º Fórum Nacional foi de que estamos diante da possibilidade real de um momento de virada no Brasil. Qual o seu balanço das idéias que passaram pelo fórum?
Reis Velloso – Eu acho que o Brasil realmente está diante de uma grande oportunidade, como há muito tempo não tínhamos. É claro que há alguns problemas na área chamada macroeconômica, com a inflação querendo voltar e uma nuvem escura no horizonte relativamente à questão de vulnerabilidade externa que não havia, mas, como somos criativos, inventamos um câmbio flutuante que flutua para baixo e ainda ontem o dólar deu menos de R$ 1,6. Sugiro que você viaje já ou pelo menos compre todas as passagens. Isso se deve em grande medida ao fato de que estamos usando demais a política monetária, quer dizer, elevação de taxa de juros, nós somos o país com maior taxa de juros do mundo, e não estamos usando a política fiscal, contenção de gastos, falando claramente. Quer dizer, nós estamos sob o signo da incerteza mundialmente. Porque há três crises, simultaneamente.

Pesquisa FAPESP – Falou-se muito sobre essas crises no fórum. Quais são elas?
Reis Velloso – A crise financeira dos Estados Unidos, a crise dos alimentos e a crise do petróleo. Principalmente nas duas últimas, o Brasil é a solução, não é o problema. Nós discutimos muito isso e já vínhamos trabalhando numa idéia que permite incorporar essa nova oportunidade que permitirá ao Brasil transformar-se no melhor dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China). É o que chamo de estratégia da economia criativa, baseada na economia do conhecimento. Trata-se de usar as aptidões modernas que a economia do conhecimento fornece para vir a ter uma economia criativa. Ou seja, criatividade nas empresas, criatividade dos trabalhadores e até criatividade no governo, se é que isso é possível, dadas as nossas tradições ibéricas. No fórum tivemos, por exemplo, o pronunciamento de um colunista famoso do New York Times, Roger Cohen, dizendo “o futuro do Brasil é agora”. Então não é mais aquela história de “Brasil, o país do futuro”.

Clique aqui para ler o texto completo na edição 137 de Pesquisa FAPESP.

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