Reprodução do livro D.João VI e o seu Tempo/Nicolas Louis Albert Delerive, Embarque para o Brasil, 1807-1818
Assimilada ora como episódio farsesco, ora como legítimo surgimento da nação, vinda da família real exige uma reflexão historiográfica em seu bicentenário. Leia em reportagem na nova edição de Pesquisa FAPESP
Assimilada ora como episódio farsesco, ora como legítimo surgimento da nação, vinda da família real exige uma reflexão historiográfica em seu bicentenário. Leia em reportagem na nova edição de Pesquisa FAPESP
Reprodução do livro D.João VI e o seu Tempo/Nicolas Louis Albert Delerive, Embarque para o Brasil, 1807-1818
Pesquisa FAPESP – A frase de Roger Bastide pode ter sido castigada pelo tempo, mas não tirou nada da sua sabedoria: Brasil, uma nação de contrastes. Do futebol à história, tudo passa pela infame regra do "oito ou oitenta". Assim, por exemplo, a vinda da família real portuguesa ao Brasil em 1808.
Por quantas décadas não se falou dessa viagem em tons jocosos, a aventura de dom João VI, o "rei fujão", com sua mulher "bigoduda" e sua corte provinciana? Hoje, com a aproximação do bicentenário da chegada lusitana à Bahia e ao Rio de Janeiro, preparam-se celebrações colossais e o monarca que "carregava frangos no casaco" é revisitado como estadista hábil. Qual a real faceta dessa viagem e que conseqüências ela trouxe ao país que, na época, ainda não era uma nação?
"Sem desconsiderar o papel que a vinda da família real teve na formação do Brasil como nação independente, talvez seja profícuo ver o fenômeno sob ponto de vista distinto. Parece-me oportuno tentar dissociar, proposital e momentaneamente, o fenômeno daquilo que dele decorreu.
As análises sobre 1808 foram, quase que invariavelmente, marcadas pelas reflexões sobre a formação do Brasil, acarretando uma série de juízos de valor e relações muitas vezes teleológicas", observa a historiadora Laura de Mello e Souza, da USP, que desde 2003 vem estudando a fuga dos Bragança para o Brasil numa chave comparativa, parte de um projeto temático apoiado pela FAPESP, Dimensões do império português.
"O fato de 1808 estar tão associado ao surgimento da nação fez com que a memória do acontecimento fosse construída de modo quase farsesco, as evidências empíricas sendo, muitas vezes, escamoteadas pela pura ideologia", avisa. Segundo ela, a historiografia congelou o 1808 em perspectivas opostas que, afirma, "não foram devidamente equacionadas".
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