Avanços na pesquisa e no tratamento serão discutidos por pesquisadores do Brasil e do exterior em Escola São Paulo de Ciência Avançada. Apresentações serão abertas ao público (Wikimedia)

UFSCar sedia escola sobre comportamento autista
22 de novembro de 2011
EN

Avanços na pesquisa e no tratamento serão discutidos por pesquisadores do Brasil e do exterior em Escola São Paulo de Ciência Avançada. Apresentações serão abertas ao público

UFSCar sedia escola sobre comportamento autista

Avanços na pesquisa e no tratamento serão discutidos por pesquisadores do Brasil e do exterior em Escola São Paulo de Ciência Avançada. Apresentações serão abertas ao público

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Avanços na pesquisa e no tratamento serão discutidos por pesquisadores do Brasil e do exterior em Escola São Paulo de Ciência Avançada. Apresentações serão abertas ao público (Wikimedia)

 

Por Elton Alisson

Agência FAPESP – A pesquisa sobre o autismo – uma disfunção global do desenvolvimento que afeta as capacidades de comunicação, socialização e de comportamento de milhares de pessoas em todo o mundo – vem obtendo avanços nos últimos anos que apontam para a melhoria no tratamento do distúrbio comportamental.

Algumas dessas novidades serão discutidas entre os dias 9 e 13 de janeiro na Escola São de Ciência Avançada: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista (ESPCA: Autism), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O evento, realizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, será organizado pelo professor Celso Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar, em parceria com os pesquisadores Caio Miguel, da California State University, e Thomas Higbee, da Utah State University, nos Estados Unidos.

A escola reunirá 40 estudantes de graduação, pós-graduação e pós-doutorado do Brasil e 25 do exterior, que terão aulas com 31 pesquisadores consagrados nas áreas de genética, medicina molecular e tratamento comportamental do autismo, sendo nove brasileiros e 22 provenientes de países como Estados Unidos, Canadá, Noruega e Espanha.

Entre os pesquisadores do exterior estarão Brian Iwata, da Universidade da Flórida, e Douglas Greer, da Columbia University, ambos dos Estados Unidos. Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, professora da Universidade de São Paulo (USP), e Alysson Renato Muotri, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, serão alguns dos professores brasileiros.

Bueno tem se dedicado a estudos na área de genética do autismo, realizando mais recentemente pesquisas com células-tronco para compreensão dos mecanismos genéticos associados ao distúrbio neurológico.

Muotri, que realizou mestrado, doutorado e pós-doutorado com bolsa da FAPESP, anunciou no fim de 2010 ter conseguido acompanhar, pela primeira vez, o desenvolvimento de neurônios derivados de pacientes com comportamento autista e revertê-los ao estado normal.

O estudo ganhou a capa da revista Cell e abriu a perspectiva de, no futuro, reverter os sintomas do autismo cujo número de casos tem aumentado no mundo devido, em grande parte, à melhoria dos métodos de diagnóstico e à maior divulgação do distúrbio neurológico.

“A pesquisa e o tratamento dos pacientes com autismo têm avançado muito nos últimos anos, principalmente em áreas como o desenvolvimento da linguagem e social. E não há, no Brasil, grupos de pesquisa bem estruturados nessa área, como existem nos Estados Unidos e na Europa”, disse Goyos à Agência FAPESP.

De acordo com ele, apesar da excelência, as pesquisas realizadas no país na área são muito pulverizadas e têm maior ênfase no diagnóstico do que no tratamento dos pacientes, que, quanto mais cedo e de forma intensa for realizado, maiores e melhores são as chances de recuperação. Além disso, a capacitação dos profissionais que atuam no tratamento do distúrbio neurológico, nos níveis clínico e escolar, também é bastante deficiente.

Com base nessa constatação a programação da ESPCA: Autism foi planejada para possibilitar tanto a formação e atualização de profissionais especializados no atendimento e tratamento de pacientes autistas no país, como também para fomentar a consolidação de grupos de pesquisa na área, especialmente no Estado de São Paulo.

“O único programa de pós-graduação dedicado totalmente à educação especial em todo o Brasil está na UFSCar. É preciso criar mais programas de pós-graduação como esse para atender à demanda e transformar São Paulo em um polo de formação de pesquisadores nessa área”, sugeriu Goyos. 

Aberta ao público

A sessão de abertura da Escola terá entrada livre para o público em geral. Após a solenidade, haverá um painel de discussão, composto por pesquisadores convidados para a Escola, que apresentarão perspectivas dos estudos nas três áreas que produzem o maior número de pesquisas atualmente sobre autismo: genética, medicina molecular e análise comportamental.

A programação do evento será composta por workshops e apresentações orais de pesquisas básicas e avançadas pelos pesquisadores e professores convidados, e sessão de apresentação de pôsteres pelos estudantes participantes.

Os interessados em assistir alguma das apresentações, que serão realizadas em inglês, sem tradução para o português, deverão solicitar a inscrição pelo e-mail espca.autism@gmail.com. As vagas são limitadas.

Mais informações: www.lahmiei.ufscar.br/espca
 

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