Cientistas descobrem a causa das misteriosas emissões de raios X e gama em região da Via Láctea

Triângulo das Bermudas galáctico
01 de fevereiro de 2006

Cientistas descobrem a causa das misteriosas emissões de raios X e gama em região da Via Láctea. São 14 supergigantes vermelhas, as maiores estrelas existentes, que formam o aglomerado mais massivo já encontrado

Triângulo das Bermudas galáctico

Cientistas descobrem a causa das misteriosas emissões de raios X e gama em região da Via Láctea. São 14 supergigantes vermelhas, as maiores estrelas existentes, que formam o aglomerado mais massivo já encontrado

01 de fevereiro de 2006

Cientistas descobrem a causa das misteriosas emissões de raios X e gama em região da Via Láctea

 

Agência FAPESP - Em meio à Via Láctea, uma região intrigava os astrônomos há anos, a ponto de ter se tornado conhecida como o triângulo das Bermudas da galáxia. Agora, o mistério do inusitado pedaço do céu, fonte de misteriosas emissões de raios X e gama, acaba de ser resolvido.

Um grupo de astrônomos descobriu que a fonte das estranhas emissões é um aglomerado massivo de supergigantes vermelhas. A formação impressiona pela magnitude, com massa cerca de 20 vezes maior do que os aglomerados de estrelas conhecidos.

Supergigantes vermelhas são as maiores estrelas de que se tem notícia, tão grandes que se encontram a ponto de explodir. Para ter uma idéia do tamanho, se uma supergigante vermelha fosse colocada no centro do Sistema Solar ela chegaria até a órbita de Júpiter.

Com o uso de equipamentos de infravermelho, que conseguiram penetrar na densa camada que cobre grande parte da galáxia, os pesquisadores descobriram o aglomerado com 14 supergigantes vermelhas. Segundo eles, há ainda uma enorme quantidade de estrelas menores, que faz o aglomerado ter massa superior a 20 mil massas solares.

Estima-se que existam apenas umas poucas centenas desse tipo de estrela na galáxia. Até agora, o maior aglomerado encontrado tinha cinco supergigantes vermelhas.

"É estranho que exista um aglomerado espetacularmente brilhante na Via Láctea que só observamos agora", disse o líder do grupo de pesquisa Don Figer, do Instituto de Tecnologia de Rochester, nos Estados Unidos, em comunicado da instituição. "O motivo é que não tínhamos tecnologia de infravermelho [para observação] até recentemente. Por isso, estamos agora escaneando toda a galáxia."

Os pesquisadores utilizaram um espectrógrafo construído por uma equipe liderada por John MacKenty, do Instituto Científico do Telescópio Espacial (STScI). O instrumento é capaz de capturar dados de cem estrelas de cada vez, algo inimaginável até há pouco tempo e que tornou possível a observação do aglomerado de supergigantes.

Figer apresentou a descoberta do aglomerado no encontro da Sociedade Astronômica Norte-Americana, realizado em Washington em janeiro. "Essa é a amostra mais rica encontrada até hoje de estrelas se preparando para explodir. Nós não sabemos o que ocorre nesse estágio final e agora temos oportunidade de entender melhor o processo", disse Figer, em comunicado do Instituto de Tecnologia de Rochester.


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