Prótese femoral de liga de titânio com revestimento poroso (foto: divulgação)

Tratamento econômico
05 de maio de 2005

Pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia desenvolvem material à base de titânio para implantes ortopédicos e dentários, sem elementos tóxicos e que pode se fixar por cerca de 20 anos no corpo humano

Tratamento econômico

Pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia desenvolvem material à base de titânio para implantes ortopédicos e dentários, sem elementos tóxicos e que pode se fixar por cerca de 20 anos no corpo humano

05 de maio de 2005

Prótese femoral de liga de titânio com revestimento poroso (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Para minimizar os custos dos tratamentos ortopédicos que necessitam de implantes artificiais, pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) desenvolveram um biomaterial à base de titânio.

A inovação, do Laboratório de Tecnologia de Pós (Latep) do INT, está na criação do titânio poroso com propriedades mecânicas ideais para implantes ortopédicos e dentários. A integração é feita por meio da penetração do tecido ósseo nos poros do titânio. Para melhorar a fixação do elemento, os pesquisadores usaram a hidroxiapatita, um componente natural do osso humano.

"A hidroxiapatita utilizada na pesquisa é um material sintético com composição similar à do osso e, por isso, não provoca rejeição ou infecção. Ela forma uma ligação química mais forte, que fixa melhor o implante", disse Marize Varella de Oliveira, chefe do Latep, à Agência FAPESP.

Atualmente, algumas cirurgias ainda são realizadas com implantes à base de aço inoxidável. Esse material, segundo os pesquisadores do INT, apresenta índices elevados de toxicidade, e eventual degeneração nos tecidos ao redor do implante.

Marize explica que uma das principais vantagens da utilização da hidroxiapatita e do titânio está no tempo de fixação do implante no organismo humano. "O titânio não é mais barato que o aço inoxidável. A economia está na sua maior biocompatibilidade, pois o paciente pode ficar muitos anos sem precisar fazer cirurgias de revisão", disse.

O titânio é mais leve, não possui elementos tóxicos e se fixa por cerca de 20 anos no organismo humano. Já com o aço inoxidável, além de componentes tóxicos como o níquel e o cromo, o paciente precisa passar por constantes cirurgias para a manutenção do material, o que aumenta os custos do tratamento.

"Estima-se que cerca de 30% da população mundial possua alergia ao níquel", diz Marize. "Além disso, o aço inoxidável degrada-se com mais facilidade e os elementos tóxicos podem ir para a corrente sangüínea do paciente."


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