Após 11 anos de estudos, cientistas da Fiocruz e das universidades de Cornell e da Califórnia (EUA) concluem teste para diagnóstico da leptospirose em 15 minutos, que deverá estar disponível na rede pública de saúde até meados de 2008 (foto: Fiocruz)
Após 11 anos de estudos, cientistas da Fiocruz e das universidades de Cornell e da Califórnia (EUA) concluem teste para diagnóstico da leptospirose em 15 minutos, que deverá estar disponível na rede pública de saúde até meados de 2008
Após 11 anos de estudos, cientistas da Fiocruz e das universidades de Cornell e da Califórnia (EUA) concluem teste para diagnóstico da leptospirose em 15 minutos, que deverá estar disponível na rede pública de saúde até meados de 2008
Após 11 anos de estudos, cientistas da Fiocruz e das universidades de Cornell e da Califórnia (EUA) concluem teste para diagnóstico da leptospirose em 15 minutos, que deverá estar disponível na rede pública de saúde até meados de 2008 (foto: Fiocruz)
Agência FAPESP – Em parceria com pesquisadores das universidades de Cornell e da Califórnia, nos Estados Unidos, pesquisadores do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz (CPqGM), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia, concluíram, após 11 anos de trabalho, o desenvolvimento de um teste para diagnóstico da leptospirose que, em 15 minutos, oferece o resultado com mais de 90% de precisão.
Os testes para a identificação da bactéria Leptospira, agente causador da doença, normalmente são feitos por meio de exames sorológicos que detectam no sangue do paciente a presença de anticorpos contra a bactéria. Por exigir duas amostras de soro, uma na fase inicial e outra na fase intermediária, os testes tradicionais demoram até duas semanas para apontar um diagnóstico.
O avanço do trabalho da Fiocruz, que teve início em 1996, está na identificação de um componente da Leptospira capaz de estimular a produção de anticorpos em indivíduos infectados, algo decisivo para a rapidez e a precisão do teste.
"Com base na análise do sangue de pacientes tratados em dois hospitais baianos identificamos que um componente, a proteína lig, induz a produção de anticorpos na fase mais inicial da infecção", disse Mitermayer Galvão dos Reis, chefe do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular do CPqGM, onde o trabalho foi em parte desenvolvido, à Agência FAPESP. "A proteína mostrou ser um excelente indicador da contaminação precoce pela doença."
Em seguida, os pesquisadores clonaram a proteína lig em grande quantidade por meio de engenharia genética e a cultivaram em fita semelhante às utilizadas em testes de gravidez, dentro de uma pequena plataforma produzida por uma empresa.
"Basta colocar uma gota de sangue do paciente em contato com essa fita. Se a amostra de sangue contiver a bactéria Leptospira, anticorpos vão reagir com a proteína lig e o visor do aparelho rapidamente ficará rosa, cor que indica o resultado positivo", explicou Reis.
O teste diagnóstico está em fase de validação por meio de testes de sensibilidade e de especificidade, em laboratórios da Fiocruz e das universidades federais do Ceará e do Rio Grande do Norte. Para isso, são utilizados bancos de sangue de pacientes com leptospirose e também com outras doenças, como dengue e hepatite.
"A validação está sendo realizada junto à Anvisa [Agência de Vigilância Sanitária] e os primeiros testes deverão estar disponíveis na rede pública de saúde até meados de 2008", apontou o pesquisador da Fiocruz. O teste precoce antecipa o tratamento e evita a progressão da doença para formas mais graves.
A leptospirose atinge principalmente áreas carentes de grandes centros urbanos, nos quais a população tem mais contato com água de enchentes contaminada por urina de ratos. Segundo dados do Ministério da Saúde, são notificados anualmente mais de 3 mil casos de leptospirose no Brasil, com uma taxa de letalidade estimada em 15%.
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