Pesquisadores fazem molécula carregar moléculas de dióxido de carbono como se fossem sacos de supermercado, um em cada lado (Science)
Em 2005, pesquisadores fizeram uma molécula andar em linha reta. Agora, o mesmo grupo conseguiu que ela carregasse moléculas de dióxido de carbono como se fossem sacos de supermercado, um em cada lado
Em 2005, pesquisadores fizeram uma molécula andar em linha reta. Agora, o mesmo grupo conseguiu que ela carregasse moléculas de dióxido de carbono como se fossem sacos de supermercado, um em cada lado
Pesquisadores fazem molécula carregar moléculas de dióxido de carbono como se fossem sacos de supermercado, um em cada lado (Science)
Bartels e equipe têm outra novidade: a molécula agora caminha levando peso, como se carregasse dois sacos de supermercados, um em cada mão. Os pesquisadores conseguiram fazer com que cada molécula de antraquinona (C14H8O2) – composto orgânico largamente usado para transformar celulose da madeira em papel – levasse duas moléculas de dióxido de carbono (CO2) enquanto se deslocava.
O transporte em escala nanométrica tem grandes potencialidades, como, por exemplo, levar medicamentos pela corrente sangüínea para destruir tumores em locais específicos. A novidade foi publicada no dia 18 no site Science e sairá em breve na edição impressa da revista.
"Trata-se de um passo sem precedentes no desenvolvimento de máquinas em escala molecular. O experimento mostra uma maneira confiável de transportar moléculas que se tornará tão importante para as máquinas moleculares do futuro quanto são os caminhões e trens para as fábricas de hoje", disse Bartels em comunicado da Universidade da Califórnia em Riverside.
Os pesquisadores fizeram com que a molécula de antraquinona pegasse e soltasse moléculas de dióxido de carbono e as transportasse à medida que se deslocava por uma superfície plana feita de cobre.
"Carregar peso faz com que a molécula fique mais lenta. Levar uma molécula de CO2 exige duas vezes mais energia para cada ‘passo’. Duas moléculas requerem cerca de três vezes mais energia. É um processo parecido com o de uma pessoa que carrega sacos nas mãos", disse Bartels.
"O processo lembra a maneira como a natureza se comporta: a molécula transportadora carrega o dióxido de carbono por uma superfície. No corpo humano, a hemoglobina carrega oxigênio para fora e dióxido de carbono para dentro dos pulmões", explicou Bartels.
O pesquisador destaca que a pesquisa ainda está em sua infância e que as conquistas são obtidas uma de cada vez. "Em 2005, inventamos a molécula andarilha, que se move em linha reta em vez de pular em todas as direções, como faria uma molécula normal. Agora, ela consegue carregar peso", disse.
O pesquisador conta que os próximos passos para a molécula transportadora poderão ser andar por cantos, girar a carga ou enviar fótons de modo a sinalizar onde ela se encontra.
O artigo A molecule carrier, de Ludwig Bartels e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
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