Pesquisador da Poli adapta software usado em linhas de produção para calcular a velocidade ideal em estradas com elevado tráfego de automóveis. Segundo estudo, adotar uma velocidade baixa e constante pode reduzir congestionamentos

Trânsito livre
10 de maio de 2007

Pesquisador da Poli adapta software usado em linhas de produção para calcular a velocidade ideal em estradas com elevado tráfego de automóveis. Segundo estudo, adotar uma velocidade baixa e constante pode reduzir congestionamentos

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Pesquisador da Poli adapta software usado em linhas de produção para calcular a velocidade ideal em estradas com elevado tráfego de automóveis. Segundo estudo, adotar uma velocidade baixa e constante pode reduzir congestionamentos

10 de maio de 2007

Pesquisador da Poli adapta software usado em linhas de produção para calcular a velocidade ideal em estradas com elevado tráfego de automóveis. Segundo estudo, adotar uma velocidade baixa e constante pode reduzir congestionamentos

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Em rodovias em que o tráfego de automóveis é intenso, adotar uma velocidade baixa, porém constante, pode reduzir a probabilidade de formação de congestionamentos, principalmente na chegada às grandes cidades. É o que mostra uma simulação em computador feita pelo engenheiro eletricista José Roberto de Godoy, da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).

O pesquisador teve como ponto de partida adaptações para a engenharia de tráfego de um programa de computador, o Arena 5.0, usado em linhas de produção e automação industrial. O trabalho, orientado pelo professor Plínio Benedicto Castrucci, foi apresentado como tese de doutorado no Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Poli.

"Tradicionalmente utilizado em sistemas de filas para otimizar a produção industrial e reduzir as perdas, o software foi adaptado para simular o tráfego veicular. É como se um pedaço de estrada fosse uma máquina que produz e consome veículos por minuto", disse Godoy à Agência FAPESP.

Na pesquisa, para um trecho genérico de estrada de três quilômetros de extensão, foi criado e validado um modelo de simulação estatística no software, entre cerca de 30 modelos testados. Da distância total do trecho analisado, os 2.990 metros iniciais foram destinados à velocidade controlada e, nos 10 metros finais do percurso, foi considerada uma obstrução parcial de uma das faixas da rodovia, simulando um acidente ou obra em andamento.

O modelo considerou uma demanda média de tráfego de 66 veículos por minuto, sendo que, devido ao estreitamento de pista, no final do percurso a taxa de chegada foi reduzida para 33 veículos por minuto. "Se não houver uma redução orientada de velocidade ao longo da rodovia, a tendência é o congestionamento aumentar e a taxa de chegada diminuir ainda mais", explica Godoy.

Segundo ele, a eficiência para percorrer os três quilômetros a uma velocidade de 80 km/h, sem controle de tráfego, ficaria em torno de 15 minutos, considerando o trânsito que se formaria no final do percurso. Mas se, desde o início, fossem adotadas velocidades variadas e inferiores a 80 km/h, o mesmo percurso seria percorrido em cerca de 18 minutos.

"O tempo rodado é um pouco maior, mas a vantagem é que teríamos menos congestionamento e os veículos ficariam mais bem espalhados ao longo da pista. O tempo parado tem maior custo socioeconômico em termos de desgaste mecânico do veículo, além de gerar maior cansaço do motorista e maior consumo de combustível", afirmou.

O controle de velocidade dos veículos poderia ser feito alguns quilômetros antes do gargalo de tráfego, por meio de painéis eletrônicos no acostamento. "A exemplo do que já ocorre em países como a Inglaterra, sensores instalados no piso da rodovia podem auxiliar no cálculo automático da velocidade média ideal para os carros", disse Godoy.

O pesquisador destaca que todos os números do trabalho são aproximados. "O ideal seria trabalhar em parceria com empresas de tráfego para analisar dados em situações reais", explica.

Para ler um artigo sobre o trabalho, publicado em 2006 na revista IEEE América Latina, clique aqui


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