FAPESP comemorou 45 anos em cerimônia realizada na quarta-feira (23/5), na Sala São Paulo (foto: Eduardo Cesar)
FAPESP comemorou 45 anos em cerimônia realizada na quarta-feira (23/5), na Sala São Paulo. Para representantes da comunidade científica e do governo, criação da Fundação foi uma façanha que destaca uma cultura paulista de respeito à ciência
FAPESP comemorou 45 anos em cerimônia realizada na quarta-feira (23/5), na Sala São Paulo. Para representantes da comunidade científica e do governo, criação da Fundação foi uma façanha que destaca uma cultura paulista de respeito à ciência
FAPESP comemorou 45 anos em cerimônia realizada na quarta-feira (23/5), na Sala São Paulo (foto: Eduardo Cesar)
Agência FAPESP – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) comemorou seus 45 anos em cerimônia que reuniu mais de 900 convidados na noite da última quarta-feira (23/5), na Sala São Paulo, no centro da cidade. O evento contou com um concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
Representando a comunidade acadêmica paulista, Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, professor do Departamento de Teoria Econômica do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destacou que a FAPESP faz parte de uma cultura científica característica de São Paulo.
"O Estado de São Paulo tem uma peculiaridade: ele construiu uma tradição de respeito pela ciência. Uma cultura do conhecimento que se traduz na estabilidade e na continuidade do apoio a pesquisa garantido pela FAPESP ao longo dos anos e que tem sido responsável por tantas conquistas de peso para a ciência brasileira", disse.
De acordo com Belluzzo, a Fundação mostrou que o conhecimento avança quando há investimentos duradouros. "É impressionante como o estado paulista, por sucessivos governos, sempre respeitou a transferência dos recursos e conseguiu manter a continuidade dos repasses para a pesquisa, de modo que a política científica de São Paulo não sofresse percalços."
A constância do repasse de recursos, de acordo com o professor, é responsável pela solidez da instituição, que, segundo ele, resistiu às mudanças da sociedade sem abrir mão de seus ideais. "O dia 23 de maio marca os 45 anos da FAPESP e a resistência e o sucesso de uma instituição que é um modelo para o país."
Carlos Vogt, presidente da FAPESP, ressaltou que, ao ser criada, a FAPESP gerou um princípio de identidade que desenhou as linhas de um processo dinâmico de identificação entre a comunidade de pesquisadores e a instituição. "Esse processo logo foi traduzido em uma cooperação intensa de demandas, de ofertas, de colaboração crítica e avaliativa, de produção do conhecimento, de sua difusão e divulgação."
Segundo Vogt, a FAPESP também proporcionou um estímulo à coesão entre as comunidades científica e empresarial, reforçando as linhas de apoio à pesquisa tecnológica. "Com isso, fecha-se o círculo de aberturas programáticas da Fundação, que vai das bolsas à inovação e desta ao aumento da capacidade de investimento na formação de competências e no desenvolvimento científico e tecnológico do estado como base de seu desenvolvimento econômico e social", afirmou.
Objeto de admiração
Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, também ressaltou a importância do conhecimento como insumo para o desenvolvimento. "O ser humano que sabe mais e aprende mais sobre si mesmo, sobre a natureza e sobre o universo é mais senhor de seu destino. E o assunto da FAPESP é criar condições para que homens e mulheres do Estado de São Paulo possam avançar no conhecimento", disse.
Brito Cruz também destacou que a FAPESP sempre recebeu sistematicamente os repasses de 1% da receita ordinária estadual. "O repasse é feito rigorosamente, de governo para governo, o que tem contribuído para a geração de uma enorme capacidade de pesquisa e para a obtenção de importantes resultados científicos", afirmou.
Representando o governo do Estado de São Paulo, o secretário da Cultura, João Sayad, caracterizou a criação da FAPESP, em 1962, como uma façanha da sociedade brasileira. "Vivemos, atualmente, aflitos e indignados com a situação dura de tantos brasileiros e, às vezes, deixamos de ver o que é feito de bom no país. Com isso, até nos surpreendemos quando vemos nossas próprias façanhas, como a criação da FAPESP", disse.
Para Sayad, a Fundação é objeto de admiração de toda a comunidade científica, que lutou arduamente para implantá-la como determinava a Constituição estadual de 1947.
"Hoje, onde quer que se fale de ciência e tecnologia em São Paulo, fala-se da FAPESP. Ela é uma das principais ferramentas da ciência paulista e se transformou em um paradigma para o Brasil", afirmou.
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