Pesquisadora Zulma Gasparini conta porque a paleontologia é popular na Argentina
(foto: W. Castilhos)

Tradição argentina
12 de agosto de 2005

Zulma Gasparini, da Universidade de La Plata, conta em entrevista por que a paleontologia de vertebrados se desenvolveu mais na Argentina do que em qualquer outro país latino-americano

Tradição argentina

Zulma Gasparini, da Universidade de La Plata, conta em entrevista por que a paleontologia de vertebrados se desenvolveu mais na Argentina do que em qualquer outro país latino-americano

12 de agosto de 2005

Pesquisadora Zulma Gasparini conta porque a paleontologia é popular na Argentina
(foto: W. Castilhos)

 

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP - A zoóloga argentina Zulma Gasparini trabalha como paleontóloga há quase 35 anos. Ela é professora da Universidade de La Plata e membro do Museu de História Natural daquela instituição. Nas últimas décadas, tem desenvolvido trabalho de campo nos mais diferentes lugares, como no deserto de Atacama, na Patagônia e em sítios paleontológicos no Brasil.

Exultante com a possibilidade de a Argentina sediar o próximo Congresso Latino-Americano de Paleontologia, em 2008, ela fala, em entrevista à Agência FAPESP, da tradição de seu país em relação à área e da importância do intercâmbio de pesquisadores e de desenvolver novos trabalhos em parceria.


Agência FAPESP - Por que a paleontologia de vertebrados é uma área que se desenvolveu tanto na Argentina, mais que em qualquer outro país latino-americano?
Zulma Gasparini – Devido às condições geográficas do país. Fazemos escavações na Argentina há 150 anos. Temos um ambiente semi-árido e a maior parte das rochas está exposta, o que torna mais fácil efetuar escavações. Se essas formações estivessem cobertas por vegetação, como no Brasil, seria mais difícil. Outro fator importante é que a paleontologia é considerada uma profissão há 40 anos. Aliado a isso, ela pode ser estudada como curso de graduação. A Universidade de La Plata é uma das poucas no mundo que tem um curso de graduação na área.

Agência FAPESP - Esta é uma área popular no ensino superior na Argentina?
Zulma – Sim. Com freqüência encontramos dinossauros de grande porte, mamíferos enormes de 30 milhões de anos. A Argentina é um dos locais mais ricos de dinossauros do mundo e esses animais são os que mais atraem a curiosidade de crianças e jovens em particular.

Agência FAPESP - O que os museus e centros de ciência argentinos têm feito para atrair esse público?
Zulma – Temos desenvolvido várias atividades, como a paleoarte, estimulando pessoas de formação em artes que se interessam pela paleontologia. Elas passam então a interpretar a forma. Também estamos começando a desenvolver o paleoturismo, especialmente na Patagônia.

Agência FAPESP - Qual a sua opinião sobre a paleontologia brasileira?
Zulma – Percebo uma mudança muito positiva quanto aos trabalhos na área no Brasil. Tem muita gente nova com doutorado no exterior, as instituições estão mais abertas ao intercâmbio com os países latino-americanos e do resto do mundo. Para um paleontólogo é imprescindível ter uma relação estreita com pesquisadores de países vizinhos.


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