O objetivo do experimento é simular modalidades como caminhada, mountain bike e natação e estudar os efeitos da privação do sono (foto: QuasarLontra)

Teste de resistência
13 de agosto de 2004

Atletas começam maratona de exercícios no Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício da Unifesp. O objetivo do experimento é simular modalidades como caminhada, mountain bike e natação e estudar os efeitos da privação do sono

Teste de resistência

Atletas começam maratona de exercícios no Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício da Unifesp. O objetivo do experimento é simular modalidades como caminhada, mountain bike e natação e estudar os efeitos da privação do sono

13 de agosto de 2004

O objetivo do experimento é simular modalidades como caminhada, mountain bike e natação e estudar os efeitos da privação do sono (foto: QuasarLontra)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Uma simulação em laboratório de uma corrida de aventura com o objetivo de melhorar o rendimento nas provas e estudar os efeitos da privação do sono nos atletas. Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) começaram na quinta-feira (12/8) uma maratona com sete atletas, que estão interagindo com equipamentos capazes de simular competições de longa duração. Os esportes praticados são o trekking (caminhada), mountain bike, natação, canoagem e técnicas verticais, como o rapel.

Os atletas terão de percorrer 477 quilômetros em seis dias e utilizar estratégias para terminar o percurso da competição simulada no menor tempo possível. A idéia é que o desgaste físico da simulação seja semelhante ao das principais competições de corrida de aventura. Os participantes são das equipes de corrida de aventura QuasarLontra, Eco 2 e Lobo Guará.

Segundo Hanna Karen Antunes, responsável pelo estudo e pesquisadora do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE) da Unifesp, durante as competições reais os participantes permanecem até seis dias sem dormir. "Nós constatamos que, sob o ponto de vista cognitivo, eles ficam relativamente bem quando comparados com indivíduos sedentários que passam, por exemplo, dois dias acordados", disse a pesquisadora à Agência FAPESP.

Durante a simulação serão investigados os aspectos fisiológicos, bioquímicos e de composição corporal dos indivíduos. "As evidências indicam que os exercícios e o condicionamento físico deixam os atletas protegidos dos efeitos maléficos da privação do sono", disse Hanna Karen. A avaliação será realizada a partir de testes de força, flexibilidade, memória, atenção e coletas de sangue e urina.

Nas corridas de aventura os atletas são agrupados em equipes com o objetivo de percorrer uma distância determinada, utilizando diferentes modalidades esportivas. O evento dura cerca de sete dias e consome até 10 mil calorias por dia de cada competidor. É uma espécie de rali humano.

De acordo com pesquisadora da Unifesp, a intenção é também usar os resultados da pesquisa na melhoria das condições físicas e psicológicas de trabalhadores que atuam em diferentes turnos, como policiais, bombeiros, médicos, motoristas de ônibus e pilotos de avião.

"Poderemos aplicar este conhecimento para ajudar os trabalhadores de turno a criar estratégias que minimizem os efeitos maléficos causados no organismo por deixarem de dormir", acredita.


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