Terrorismo digital
29 de dezembro de 2003

Cientistas do Rensselaer Polytechnic Institute, nos EUA, recebem US$ 550 mil da National Science Foundation para o desenvolvimento de tecnologias que identifiquem a troca de mensagens pela internet por grupos terroristas

Terrorismo digital

Cientistas do Rensselaer Polytechnic Institute, nos EUA, recebem US$ 550 mil da National Science Foundation para o desenvolvimento de tecnologias que identifiquem a troca de mensagens pela internet por grupos terroristas

29 de dezembro de 2003

 

Agência FAPESP - A liberdade absoluta de grupos de discussão, salas de bate-papo e outros fóruns públicos da internet pode estar com os dias contados. Cientistas do Rensselaer Polytechnic Institute, nos Estados Unidos, que estão desenvolvendo tecnologias para identificar a troca de mensagens de grupos terroristas, acabam de receber outros US$ 550 mil da National Science Foundation, a principal agência de fomento à pesquisa do país, para acelerar o projeto.

Com a caça ao terror que se seguiu ao atentado contra o World Trade Center, em setembro de 2001, a internet passou a ser considerada alvo. Muitos alegam que grupos terroristas utilizam os fóruns da rede mundial para a comunicação entre seus integrantes, que se daria por códigos ou com o auxílio da criptografia.

Para tentar identificar tais mensagens em meio ao turbilhão de dados digitais, Mark Goldberg, Malik Magdon-Ismail e demais colegas do Rensselaer Polytechnic Institute estão combinando algoritmos de aprendizagem estatísticos, teoria dos grafos, análise de redes sociais e outros métodos para traçar os padrões da troca de mensagens e as maneiras como ela se desenvolve.

Segundo os cientistas, apenas pelo comportamento dos padrões é possível fazer a engenharia reversa, tanto nas redes sociais, que se formam naturalmente entre participantes de grupos de discussão, quanto nas mensagens trocadas por outros que tentam esconder seu conteúdo. Tudo isso, garantem, sem precisar ler as mensagens.

Os integrantes do projeto, iniciado com um financiamento menor da NSF, desenvolveram o protótipo da tecnologia para ser aplicado apenas em situações controladas. O objetivo agora é desenvolver versões que possam ser aplicadas em fóruns reais da internet.

De acordo com comunicado da NSF, as tecnologias poderão ser utilizadas não apenas para identificar grupos terroristas, mas em outras aplicações práticas. Poderão ser empregadas, por exemplo, para que administradores de sistemas identifiquem como se espalham os vírus pela internet ou para que eles apliquem "políticas que promovam um melhor comportamento on-line".


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