Qualidade do ar em São Paulo, com exceção do ozônio, apresenta tendência de melhora
(foto: Marcelo Correa/INPE)

Tendência de melhora
10 de janeiro de 2006

Em apresentação durante workshop na segunda-feira (9/1), em São Paulo, Maria Helena Martins, gerente da Cetesb, mostrou um quadro positivo da qualidade do ar paulistana. O ozônio continua o pior problema

Tendência de melhora

Em apresentação durante workshop na segunda-feira (9/1), em São Paulo, Maria Helena Martins, gerente da Cetesb, mostrou um quadro positivo da qualidade do ar paulistana. O ozônio continua o pior problema

10 de janeiro de 2006

Qualidade do ar em São Paulo, com exceção do ozônio, apresenta tendência de melhora
(foto: Marcelo Correa/INPE)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Os números não estão fechados. Mas, mesmo com o relatório de 2005 da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) em fase de conclusão – o documento deverá ficar pronto em março –, é possível perceber uma tendência de melhora na qualidade do ar da região metropolitana paulista.

"A situação melhorou em relação aos anos 1980 e 1990", afirma Maria Helena Martins, gerente do setor de amostragem e análise da qualidade do ar da Cetesb. O caso do monóxido de carbono é um dos mais emblemáticos. Enquanto em 1997 as medições da Cetesb registraram por 65 vezes a ultrapassagem do limite estabelecido como ideal, em 2004 o mesmo fenômeno ocorreu apenas cinco vezes. "E, em 2005, houve uma única ultrapassagem", disse Maria Helena à Agência FAPESP.

O limite estabelecido por lei para esse poluente é uma concentração máxima de 9 partes por milhão em um período de 8 horas. "Embora tenha se observado quedas no passado a tendência atual para o monóxido de carbono é de estabilidade", afirma a gerente da Cetesb.

Nesta segunda-feira (9/1), a pesquisadora deu uma palestra sobre a qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo, no primeiro dia do Workshop on Air Quality Forecasting in Latin American, que termina no dia 13 no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP). O evento reúne especialistas do Brasil e do exterior.

O objetivo principal do workshop é realizar discussões sobre modelagem e tratamento de dados da qualidade do ar em cidades na América Latina. As atividades estão ligadas ao Global Atmosphere Watch/Urban Research Meteorology and Environment, projeto da Organização Meteorológica Mundial (OMM), instituição do quadro da Organização das Nações Unidas.

Além do monóxido de carbono, em 2005 a capital paulista apresentou, segundo informou Maria Helena, melhoria nos índices de material particulado presente no ar e nas emissões de fumaça.

No lado das más notícias, o pior problema para a respiração dos paulistanos continua sendo o ozônio. "Esse poluente não tem uma tendência definida ainda. Em 2004, em 62 dias ele passou o limite ideal de 65 microgramas por metro cúbico e em 25 desses dias a qualidade do ar foi considerada má", disse Maria Helena Martins. Os valores referentes a 2005 estarão no relatório da Cetesb.

Em termos de fontes de poluentes, a situação tem permanecido inalterada. Desde que as fábricas deixaram a cidade ou passaram a ser mais bem controladas, os grandes poluidores da atmosfera paulista passaram a ser os veículos. Em média, eles respondem por 37% do material particulado fino em suspensão na atmosfera.

Mesmo com a frota aumentando – hoje são 7,8 milhões de carros em circulação –, a Cetesb tem registrado uma melhora na qualidade do ar. Segundo Marina Helena, o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) é o principal responsável por isso. "Em 1998, um veículo emitia 33 gramas de monóxido de carbono por quilômetro rodado. Hoje, um carro novo emite apenas 0,35 grama", conta.


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