Vasile Marza, do Observatório Sismológico da UnB, acredita que o desastre no sudeste Asiático pode iniciar temporada de tremores gigantescos, como a que ocorreu entre 1952 e 1964
Vasile Marza, do Observatório Sismológico da UnB, acredita que o desastre no sudeste Asiático pode iniciar temporada de tremores gigantescos, como a que ocorreu entre 1952 e 1964
A afirmação é de Vasile Marza, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). "Nos últimos dez dias, as estações sismográficas localizadas no sul da Ásia podem ter registrado milhares de atividades sísmicas com magnitude entre um e sete pontos na escala Richter. As atividades pós-abalos vão diminuindo com o tempo, mas podem seguir até por anos, dependendo da intensidade do tremor principal", disse em entrevista à UnB Agência.
De acordo com Marza, o terremoto próximo à Ilha de Sumatra atingiu nove pontos na escala Richter e gerou uma energia equivalente a 32,4 mil bombas atômicas como a jogada sobre a cidade de Hiroshima. "Entre três e quatro minutos, gerou uma energia equivalente a quatro anos e meio da produção da usina hidrelétrica de Itaipu", disse.
Tremores de menor intensidade costumam ocorrer não apenas depois, mas também antes de um forte terremoto. Isso poderia ter sido utilizado para alertar as autoridades dos países afetados. Há diversos outros fatores de alerta, segundo o pesquisador da UnB, como o comportamento anormal de animais ou mudanças em campos geomagnéticos.
"A China é o país que alcançou o maior sucesso no que diz respeito à prevenção de terremotos. Em fevereiro de 1975, o sistema de prevenção daquele país previu um abalo de 7,3 pontos e esvaziou a área de risco. Conseguiu-se evitar a morte de 200 mil pessoas na cidade de Haicheng. O terremoto foi à noite e o alerta para a população emitido à tarde", disse Marza.
O sistema, entretanto, deixou de funcionar no ano seguinte, quando os sismólogos chineses não conseguiram prever o pior terremoto em número de mortos até hoje. Cerca de 95% dos prédios da cidade de Tangsham desabaram e 1 milhão de pessoas morreram.
O observatório da UnB registrou o abalo 19 minutos depois do início do tremor no epicentro. Permanentemente, o centro monitora o território brasileiro e capta manifestações em outras partes do planeta, dependendo da magnitude.
Para ler a entrevista completa de Vasile Marza, clique aqui.
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