Imagens de Saturno captadas pela sonda Cassini mostram agitação atmosférica semelhante aos furacões terrestres, mas muito maior, com cerca de 8 mil km de diâmetro. Fenômeno nunca foi observado em outro planeta

Tempestade do outro mundo
13 de novembro de 2006

Imagens de Saturno captadas pela sonda Cassini mostram agitação atmosférica semelhante aos furacões terrestres, mas muito maior, com cerca de 8 mil km de diâmetro. Fenômeno nunca foi observado em outro planeta

Tempestade do outro mundo

Imagens de Saturno captadas pela sonda Cassini mostram agitação atmosférica semelhante aos furacões terrestres, mas muito maior, com cerca de 8 mil km de diâmetro. Fenômeno nunca foi observado em outro planeta

13 de novembro de 2006

Imagens de Saturno captadas pela sonda Cassini mostram agitação atmosférica semelhante aos furacões terrestres, mas muito maior, com cerca de 8 mil km de diâmetro. Fenômeno nunca foi observado em outro planeta

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP - A sonda Cassini captou, no pólo sul de Saturno, imagens de um fenômeno nunca registrado em outro planeta: uma tempestade com características dos furacões terrestres, com um olho bem definido envolto por um imenso anel de nuvens.

A formação é gigantesca. Tem cerca de 8 mil quilômetros – o equivalente a dois terços do diâmetro da Terra – e envolve uma área escura dentro de um espesso anel de nuvens mais claro. Segundo a Nasa, agência espacial norte-americana, o pólo sul de Saturno é um "caldeirão de tempestades", diferente de tudo que já foi observado em qualquer outro planeta.

A câmera da Cassini filmou o olho do fenômeno atmosférico por três horas no dia 11 de outubro, quando a espaçonave estava a cerca de 340 mil quilômetros do planeta. Segundo a equipe responsável pela captação das imagens da Cassini, no Instituto de Tecnologia da Califórnia, a formação "parece um furacão, ainda que não se comporte como um".

A análise dos dados obtidos revelam, em torno do pólo sul saturnino, ventos girando em sentido horário a 550 quilômetros por hora. Como ocorre com os furacões na Terra, o olho é relativamente calmo e cercado por uma parede de imensas nuvens que projetam sombras no centro. A diferença fundamental é que, ao contrário dos furacões, a gigantesca tempestade se mantém fixa sobre o pólo.

Além disso, a tempestade na superfície de Saturno, que é um planeta gasoso, não se forma a partir de uma base oceânica, que é uma característica típica da formação de furacões na Terra.

As dimensões também são muito maiores que as de qualquer furacão terrestre: o "olho" tem cerca de 1,5 mil quilômetros de diâmetro e a parede de nuvens em torno dele se eleva a até 75 quilômetros de altura. O fundo do olho do "furacão", formado por nuvens escuras, parece estar em um nível duas vezes mais baixo que o das nuvens mais profundas já observadas em Saturno.

A missão Cassini-Huygens é parceria entre as agências espaciais norte-americana (Nasa), européia (ESA) e italiana (ASI).


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