Temperatura granular
07 de março de 2005

Físicos europeus desenvolvem método para medir a temperatura de objetos em movimentos randômicos. Esse retrato do estado de agitação dos corpos serve tanto para um floco de neve montanha abaixo como para um grão de areia do deserto levado pelo vento

Temperatura granular

Físicos europeus desenvolvem método para medir a temperatura de objetos em movimentos randômicos. Esse retrato do estado de agitação dos corpos serve tanto para um floco de neve montanha abaixo como para um grão de areia do deserto levado pelo vento

07 de março de 2005

 

Agência FAPESP - Nem poderia ser diferente. O estudo de como medir a temperatura de grânulos de um objeto em movimento saiu publicado na edição especial da revista européia New Journal of Physics feita para homenagear os cem anos dos trabalhos revolucionários do físico Albert Einstein.

Um grupo de quatro físicos da Europa, de diferentes instituições de pesquisas, desenvolveu um novo conceito de temperatura, baseado nos movimentos brownianos descobertos há cem anos, que pode ser a chave para explicar como partículas de neve fluem durante uma avalanche. Essas medidas também são importantes para a indústria farmacêutica – que guarda grânulos em frascos – para a indústria civil, que costuma misturar areia com cimento todos os dias.

Os materiais granulares, sejam ele neve, areia ou flocos de milho, podem se comportar ora como líquido, ora como gás ou até como sólido. Por causa desse comportamento mutante é sempre difícil estabelecer padrões teóricos para um floco de neve, por exemplo, que a qualquer momento pode virar água.

Como a temperatura dos objetos reflete o movimento randômico de suas partes, quanto mais as moléculas dentro de um gás ou de um líquido se movimentarem, mais alto será o registro feito pelo termômetro. Os pesquisadores europeus, liderados por Patrick Mayor, da Escola Politécnica de Lausanne, na Suiça, desenvolveram um tipo de termômetro que mede a temperatura de um material granular baseado na agitação molecular dele. Independentemente do estado físico em que ele se encontre.

Com a nova metodologia – ao contrário de um líquido, por exemplo, a temperatura granular pode variar de acordo com a forma de se colocar o termômetro no material – os pesquisadores esperam entender melhor o comportamento desses inusitados corpos. Com isso, toda a cadeia produtiva que utiliza esse material poderá ser beneficiada.


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