Processo de fabricação das telhas com fibras vegetais e escórias siderúrgicas
(foto: USP).

Telhado saudável
23 de março de 2004

Pesquisadores da USP, em Pirassununga, solicitam patente de método para fabricação de coberturas que utiliza sobras industriais e fibras vegetais, em substituição ao amianto, cuja utilização foi banida em 42 países

Telhado saudável

Pesquisadores da USP, em Pirassununga, solicitam patente de método para fabricação de coberturas que utiliza sobras industriais e fibras vegetais, em substituição ao amianto, cuja utilização foi banida em 42 países

23 de março de 2004

Processo de fabricação das telhas com fibras vegetais e escórias siderúrgicas
(foto: USP).

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Depois de realizados os testes que comprovaram a eficácia do produto, pesquisadores do grupo de Construções Rurais e Ambiência da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga, solicitaram o patenteamento de um novo tipo de telha que utiliza fibra vegetal, matéria-prima encontrada em grande quantidade no Brasil.

Um dos objetivos do estudo é substituir o amianto, uma fibra mineral usada na fabricação de telhas e caixas d´água. A utilização do amianto já foi banida em 42 países e poderá ser regulada também no Brasil, uma vez que sua proibição é objeto de 13 projetos de lei federais e estaduais.

"O amianto representa uma tecnologia ultrapassada, que implica em sérios riscos à saúde. Durante a fabricação das peças, quando inalado, ele pode causar distúrbios respiratórios e até câncer de pulmão", disse Holmer Savastano Júnior, coordenador do estudo, à Agência FAPESP. "Nosso objetivo é disponibilizar uma alternativa técnica para quem ainda utiliza o cimento amianto e que, além disso, aproveita fibras vegetais e as escórias siderúrgicas que seriam parcialmente desperdiçadas".

Além de fibras de bananeira, sisal ou eucalipto, as novas telhas utilizam escória de alto-forno siderúrgico, que são os restos da primeira etapa da produção de aço. Os componentes são moídos com areia e água, com o acréscimo de produtos alcalinos como cal e gesso agrícola – um resíduo da indústria de fertilizantes – e, em seguida, colocados em fôrmas onduladas.

Antes da solicitação do registro de patente, os pesquisadores submeteram as telhas a diversos ensaios para comprovação de sua eficiência. Foram feitos, por exemplo, testes mecânicos de tração e testes físicos de permeabilidade, densidade e absorção de água.

A patente já foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), mas não há previsão de quando poderá ser aprovada. Por conta dos bons resultados apresentados até agora pela pesquisa, a USP está estudando acordos com o setor produtivo, de modo que a tecnologia seja repassada para a concepção de uma linha industrial de produção, com equipamentos para moldagem das telhas em escala comercial.

O projeto está sendo desenvolvido por meio de projetos integrados ao Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), com recursos da FAPESP, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Caixa Econômica Federal.


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