Processo de fabricação das telhas com fibras vegetais e escórias siderúrgicas
(foto: USP).
Pesquisadores da USP, em Pirassununga, solicitam patente de método para fabricação de coberturas que utiliza sobras industriais e fibras vegetais, em substituição ao amianto, cuja utilização foi banida em 42 países
Pesquisadores da USP, em Pirassununga, solicitam patente de método para fabricação de coberturas que utiliza sobras industriais e fibras vegetais, em substituição ao amianto, cuja utilização foi banida em 42 países
Processo de fabricação das telhas com fibras vegetais e escórias siderúrgicas
(foto: USP).
Um dos objetivos do estudo é substituir o amianto, uma fibra mineral usada na fabricação de telhas e caixas d´água. A utilização do amianto já foi banida em 42 países e poderá ser regulada também no Brasil, uma vez que sua proibição é objeto de 13 projetos de lei federais e estaduais.
"O amianto representa uma tecnologia ultrapassada, que implica em sérios riscos à saúde. Durante a fabricação das peças, quando inalado, ele pode causar distúrbios respiratórios e até câncer de pulmão", disse Holmer Savastano Júnior, coordenador do estudo, à Agência FAPESP. "Nosso objetivo é disponibilizar uma alternativa técnica para quem ainda utiliza o cimento amianto e que, além disso, aproveita fibras vegetais e as escórias siderúrgicas que seriam parcialmente desperdiçadas".
Além de fibras de bananeira, sisal ou eucalipto, as novas telhas utilizam escória de alto-forno siderúrgico, que são os restos da primeira etapa da produção de aço. Os componentes são moídos com areia e água, com o acréscimo de produtos alcalinos como cal e gesso agrícola – um resíduo da indústria de fertilizantes – e, em seguida, colocados em fôrmas onduladas.
Antes da solicitação do registro de patente, os pesquisadores submeteram as telhas a diversos ensaios para comprovação de sua eficiência. Foram feitos, por exemplo, testes mecânicos de tração e testes físicos de permeabilidade, densidade e absorção de água.
A patente já foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), mas não há previsão de quando poderá ser aprovada. Por conta dos bons resultados apresentados até agora pela pesquisa, a USP está estudando acordos com o setor produtivo, de modo que a tecnologia seja repassada para a concepção de uma linha industrial de produção, com equipamentos para moldagem das telhas em escala comercial.
O projeto está sendo desenvolvido por meio de projetos integrados ao Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), com recursos da FAPESP, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Caixa Econômica Federal.
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