Projeto de criação do Telescópio Solar para Ondas Submilimétricas, montado no observátório de El Leoncito, nos Andes Argentinos, recebe o prêmio Destaque à Integração em Ciência e Tecnologia (foto: divulgação)

Telescópio premiado
10 de novembro de 2004

Projeto de criação do Telescópio Solar para Ondas Submilimétricas, montado no observátório de El Leoncito, nos Andes Argentinos, recebe o prêmio Destaque à Integração em Ciência e Tecnologia, concedido pela Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo

Telescópio premiado

Projeto de criação do Telescópio Solar para Ondas Submilimétricas, montado no observátório de El Leoncito, nos Andes Argentinos, recebe o prêmio Destaque à Integração em Ciência e Tecnologia, concedido pela Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo

10 de novembro de 2004

Projeto de criação do Telescópio Solar para Ondas Submilimétricas, montado no observátório de El Leoncito, nos Andes Argentinos, recebe o prêmio Destaque à Integração em Ciência e Tecnologia (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Conduzir pesquisas científicas, tecnológicas e ambientais, usando diagnóstico submilimétrico obtido por um telescópio solar montado no observátório de El Leoncito, em San Juan, nos Andes Argentinos. Graças ao cumprimento exemplar desse objetivo, o Projeto Telescópio Solar Submilimétrico (TSS) recebeu na terça-feira (9/11), em São Paulo, o prêmio Destaque à Integração em Ciência e Tecnologia, concedido pela Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo.

O telescópio, que custou cerca de US$ 2,5 milhões e foi construído com financiamento do Brasil e da Argentina, foi desenvolvido em conjunto pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além do Complexo Astronômico El Leoncito (Casleo) e Instituto de Astronomia y Fisica del Espacio (Iafe), ambos na Argentina.

O prêmio se caracteriza por uma menção de honra ao mérito pela excelência dos resultados do projeto. É a primeira vez desde a existência da premiação, criado em 1961, que a Câmara de Comércio indica um projeto dessa natureza na categoria de destaque em ciência e tecnologia . "É uma importante valorização por parte da comunidade empresarial brasileira e argentina", disse o coordenador do projeto, Pierre Kaufmann, à Agência FAPESP.

Segundo Kaufmann, o TSS é o único no mundo destinado fundamentalmente a pesquisas solares e atmosféricas. O equipamento tem múltiplos receptores que operam em freqüências elevadíssimas – acima da banda de rádio normal –, em torno de 212 e 405 GHz.

O TSS foi concebido para desvendar novos aspectos da atividade solar, em especial da física dos mecanismos que armazenam e produzem energia nas explosões solares. O telescópio é capaz de fornecer, por exemplo, informações inéditas sobre o componente impulsivo das explosões, trazendo indícios para uma melhor compreensão dos mecanismos de liberação de energia primária.

"A idéia é estudar a física do processo de confinamento e liberação de energia em plasma, além do impacto da atividade solar no chamado clima espacial do nosso planeta", disse Kaufmann, coordenador do centro de Rádio-Astronomia e Astrofísica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde também é professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.

"O maior feito do telescópio até hoje foi a descoberta de um novo componente de radiação solar que se manifesta com maior intensidade na região do infravermelho distante ou nas freqüências na faixa dos terahertz", explica.

Kaufmann conta que toda a instrumentação do equipamento está sendo atualizada com a adoção de novas freqüências no infravermelho distante. "Nosso objetivo agora é obter mais pontos em freqüências maiores. Para isso estamos trabalhando em um projeto que deverá inserir detetores em satélites de modo a estudar as faixas que ainda não são possíveis de serem observadas a partir do solo", antecipa o pesquisador.


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