O GMT será 200 vezes mais poderoso do que os melhores telescópios da atualidade (ilustração: GMTO Corporation/divulgação)
Austrália, Brasil, Chile, Israel, Coreia do Sul, Estados Unidos e, agora, Taiwan unem-se para construir um dos telescópios mais poderosos do mundo
Austrália, Brasil, Chile, Israel, Coreia do Sul, Estados Unidos e, agora, Taiwan unem-se para construir um dos telescópios mais poderosos do mundo
O GMT será 200 vezes mais poderoso do que os melhores telescópios da atualidade (ilustração: GMTO Corporation/divulgação)
Agência FAPESP – O consórcio internacional envolvido na construção do Telescópio Gigante Magalhães (GMT) anunciou na terça-feira (20/02) a parceria com o Instituto de Astronomia e Astrofísica da Academia Sinica (Asiaa), um dos principais institutos de pesquisa das Academias Nacionais de Taiwan. Com a inclusão da Asiaa, o GMTO Corporation passa a ser composto por 14 instituições de pesquisa internacionais, entre elas a FAPESP. Expoente de uma nova geração de megatelescópios, o GMT está sendo construído no deserto do Atacama, no Chile.
"Estamos animados em receber a Asiaa em nosso consórcio internacional formado por parceiros ilustres", disse em comunicado Walter Massey, presidente do Conselho do Telescópio Gigante Magalhães. "O consórcio combina expertise científica mundial e habilidades em engenharia para criar um projeto que beneficia todas as áreas de pesquisa relacionadas ao Universo. Esse investimento coletivo no GMT é um testemunho de que a ciência pode transcender fronteiras e unir a humanidade para o bem."
As capacidades de desenvolver pesquisa astronômica e instrumentação em Taiwan receberam reconhecimento internacional. A Asiaa contribuirá com expertise em áreas como componentes eletrônicos compactos e de baixo ruído, tecnologia de caracterização precisa de detectores, tecnologia de corte a laser de precisão e muitas outras. Uma vez que a primeira luz está programada para o início dos anos 2030, essas contribuições serão importantes para o projeto.
"A Asiaa está honrada em fazer parte do consórcio do GMT e a comunidade científica taiwanesa está preparada para contribuir com sua expertise, enquanto também se beneficia da riqueza de conhecimento disponível dentro do consórcio", afirmou Ue-Li Pen, diretor da Asiaa. "Participar de um dos telescópios da classe de 30 metros tem sido um objetivo a longo prazo para os nossos astrônomos e esse telescópio é considerado o projeto mais adequado para essa empreitada. A colaboração entre a Asiaa e o GMT estabelece uma base robusta para a pesquisa astronômica em Taiwan, enfatizando o incentivo ao desenvolvimento de novas gerações na área. Além disso, acreditamos que esse projeto aprofundará a colaboração entre Taiwan e os outros seis países do consórcio", finaliza o astrofísico.
Avanço na construção
A construção do telescópio avança rapidamente no deserto do Atacama e em laboratórios ao redor do mundo. Em 2023, a produção do sétimo e último espelho primário teve início no Arizona, enquanto a fabricação da estrutura giratória de 39 metros de altura começou em Illinois (ambos nos Estados Unidos). O progresso inclui a conclusão da primeira das sete estruturas protetoras do espelho primário, ocorrida na Alemanha, e os estágios finais de produção do primeiro segmento do espelho secundário adaptativo, realizados na França e na Itália. Outros avanços foram alcançados em uma série de imageadores e espectrógrafos de alta resolução desenvolvidos em diversos locais ao redor do mundo, incluindo Arizona, Austrália, Califórnia, Massachusetts, Coreia do Sul, Texas e São Paulo (leia mais em: agencia.fapesp.br/50028).
Essas tecnologias de óptica adaptativa permitirão que o GMT tenha dez vezes mais poder de resolução em comparação ao Telescópio Espacial Hubble e seja 200 vezes mais poderoso do que os melhores telescópios da atualidade. As tecnologias inovadoras capacitarão cientistas, oferecendo insights sem precedentes sobre a evolução do Universo, as origens dos elementos químicos e a descoberta de vida em exoplanetas distantes.
A participação brasileira na empreitada tornou-se possível graças a um aporte de US$ 50 milhões feito pela FAPESP, que facultou aos cientistas do Estado de São Paulo a utilização de 4% do tempo de operação anual do telescópio. A equipe brasileira é composta por mais de quatro dezenas de pessoas, incluindo pesquisadores, consultores, técnicos e bolsistas, que participam do GMT Brazil Office (GMTBrO), atualmente liderado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).
Outras instituições que integram o consórcio são: Universidade Estadual do Arizona, Astronomy Australia Limited, Universidade Nacional da Austrália, Instituto Carnegie para Ciência, Universidade Harvard, Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia, The Smithsonian Institution, Universidade do Texas A&M, Universidade do Texas em Austin, Observatório Steward da Universidade do Arizona, Universidade de Chicago e Instituto Weizmann de Ciências.
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