No 50º Congresso Brasileiro de Genética, Marcelo Menossi Teixeira, da Unicamp, e outros participantes de debate discutem caminhos para que os riscos contra a saúde humana e o meio ambiente sejam minimizados (foto: E.Geraque)
No 50º Congresso Brasileiro de Genética, Marcelo Menossi Teixeira, da Unicamp, e outros participantes de debate consideram "inevitáveis" os OGMs e discutem caminhos para que os riscos contra a saúde humana e o meio ambiente sejam minimizados
No 50º Congresso Brasileiro de Genética, Marcelo Menossi Teixeira, da Unicamp, e outros participantes de debate consideram "inevitáveis" os OGMs e discutem caminhos para que os riscos contra a saúde humana e o meio ambiente sejam minimizados
No 50º Congresso Brasileiro de Genética, Marcelo Menossi Teixeira, da Unicamp, e outros participantes de debate discutem caminhos para que os riscos contra a saúde humana e o meio ambiente sejam minimizados (foto: E.Geraque)
Agência FAPESP - O discurso dos três cientistas que participaram de um debate sobre os transgênicos no encerramento do 50º Congresso Brasileiro de Genética, sexta-feira (10/9), em Florianópolis, seguiu a mesma toada: os organismos geneticamente modificados (OGMs) são frutos de uma tecnologia genética inevitável, que veio para ficar.
Participaram da mesa Jorge Almeida Guimarães, presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Aluízio Borem, da Universidade Federal de Viçosa, e Marcelo Menossi Teixeira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O debate foi mediado pelo jornalista Marcelo Leite.
"Os benefícios dos OGMs serão sentidos pelo produtor, pelo meio ambiente e pelo consumidor", afirmou Borem. Para ele, qualquer agricultura politicamente correta deve visar à redução no uso de inseticidas. "E isso apenas é possível com os transgênicos."
A defesa dos transgênicos, na visão de Borem, não deve ser feita às cegas. "É claro que é preciso ter todos os cuidados com a segurança humana, animal e ambiental. Questões como o desencadeamento de alergias e de reações tóxicas são importantes e devem ser estudadas", avisou.
Para o presidente da CTNBio, o caminho agora é escolher pela passividade ou por políticas pró-ativas que incorporem os transgênicos no cotidiano das pesquisas e das questões de segurança. "O Brasil está em uma etapa transitória", afirmou Guimarães. Segundo os dados apresentados por ele em Florianópolis, quase 50% dos grãos de soja plantados hoje no mundo são transgênicos.
"Os transgênicos são mais uma tecnologia para se fazer o melhoramento genético das plantas. Não existe nenhuma outra mais eficiente hoje no mundo", disse Marcelo Teixeira, da Unicamp, à Agência FAPESP. "Isso não significa que o melhoramento de plantas tradicionais irá acabar, pois ele continua sendo muito importante".
Na apresentação de Teixeira, ficou evidente mais uma questão em relação aos OGMs. "Não adianta dizer que não existe risco. O fluxo transgênico existe independente dos transgênicos. Como ele vai continuar a existir, o que temos a fazer é descobrir caminhos para que os riscos possam ser minimizados", disse.
Na lista apresentada pelo cientista estão tecnologias como transformações de cloroplastos, mitigação transgênica, controle de expressão gênica e a polêmica tecnologia exterminadora, tão criticada pelos ambientalistas. "Ela é a única que funciona realmente em termos de garantia para a segurança ambiental", afirmou.
Nessa caso, a experiência consiste em manipular geneticamente uma planta com o objetivo de produzir sementes estéreis. Com essa prática, o produtor terá, a cada ano, que comprar novas sementes para continuar o seu negócio. "Todas essas principais tecnologias já estão sob patentes", afirma Teixeira, que lamento o fato de o Brasil estar bastante atrasado na cultura de patentear suas tecnologias, inclusive às ligadas aos transgênicos.
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