Programa CInAPCe, da FAPESP, coloca em ação novo aparelho de ressonância magnética de 3 tesla, que motivou reformulação de instalações no Hospital das Clínicas

Tecnologia cerebral
14 de outubro de 2008

Programa CInAPCe, da FAPESP, coloca em ação novo aparelho de ressonância magnética de 3 tesla, que motivou reformulação de instalações no Hospital das Clínicas. Equipamento de alta resolução será o primeiro do porte no país utilizado predominantemente para pesquisa

Tecnologia cerebral

Programa CInAPCe, da FAPESP, coloca em ação novo aparelho de ressonância magnética de 3 tesla, que motivou reformulação de instalações no Hospital das Clínicas. Equipamento de alta resolução será o primeiro do porte no país utilizado predominantemente para pesquisa

14 de outubro de 2008

Programa CInAPCe, da FAPESP, coloca em ação novo aparelho de ressonância magnética de 3 tesla, que motivou reformulação de instalações no Hospital das Clínicas

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – O programa Cooperação Interinstitucional de Apoio a Pesquisas sobre o Cérebro (CInAPCe) colocou em operação o primeiro dos seus equipamentos de ressonância magnética de grande porte. A chegada do aparelho motivou uma reestruturação das instalações do serviço de Ressonância Magnética do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que foram entregues nesta segunda-feira (13/10) com a presença do governador do Estado, José Serra.

O CInAPCe, criado pela FAPESP para apoiar projetos de pesquisas em neurociências, iniciou suas atividades em 2007. O programa tem foco em pesquisas relacionadas ao estudo da epilepsia a partir de sistemas de ressonância magnética.

Além do equipamento de 3 tesla, voltado especialmente para os estudos do CInAPCe, o Instituto de Radiologia do HC teve as instalações modernizadas e os dois equipamentos de 1,5 tesla já existentes foram atualizados para o atendimento aos pacientes ambulatoriais. As áreas de radioterapia, ultra-som e radiologia geral também foram reformadas.

Serra destacou que os equipamentos de radiologia e ressonância magnética de última geração permitirão um trabalho de mais qualidade, melhor organização dos dados de pesquisa e mais rapidez no atendimento.

“É um avanço muito grande para o HC, que será o primeiro hospital público a ter esse tipo de exames. São tecnologias de ponta muito bem aplicadas. Achamos que a medicina tem que combinar duas vertentes: a tecnologia de ponta e o atendimento de saúde básica. São Paulo está fazendo isso muito bem”, disse Serra à Agência FAPESP.

As novas instalações do serviço de Ressonância Magnética ocupam uma área de 600 metros quadrados. De acordo com Giovanni Guido Cerri, diretor da Divisão de Diagnóstico por Imagem do HC e um dos coordenadores do CInAPCe, com as novas instalações e a aquisição do equipamento, o hospital passa a contar com a mais alta tecnologia disponível.

“Pode haver outros hospitais com a mesma tecnologia do Instituto de Radiologia, mas nenhum que a supere. O HC atende uma população carente que poderá ter acesso a tais equipamentos”, disse Cerri. Segundo ele, a reforma, a aquisição do novo equipamento e a atualização dos dois aparelhos de 1,5 tesla custaram cerca de R$ 6,5 milhões.

“Os recursos vieram da FAPESP, de doação de uma organização da Suíça e da Secretaria da Saúde de São Paulo. O programa CInAPCe forneceu o aparelho”, destacou.

O Philips Achieva de 3 tesla, de acordo com Cerri, é o que existe de mais avançado na área, pois as imagens têm maior resolução espacial. “Ele tem uma maior relação entre sinal e ruído, o que garante aos estudos de ressonância magnética funcional, tratografia e espectroscopia maior eficácia e vantagens para realização de pesquisa de ponta”, disse o professor titular da Faculdade de Medicina da USP.

Segundo Cerri, pela primeira vez no país um aparelho desse porte será utilizado predominantemente para pesquisa em epilepsia. “O equipamento foi o primeiro do programa CInAPCe a entrar em operação. Os outros dois, em Ribeirão Preto e em Campinas, já foram adquiridos e aguardam instalação”, afirmou.

O equipamento de 3 tesla, segundo Cerri, tem desenho e acessórios adequados para pesquisa. “Ele conta com softwares para ressonância funcional e tem bobinas que permitem estudos relacionados ao metabolismo. São acessórios que permitem pesquisa avançada. Mas são equipamentos que também funcionam na área assistencial. O aparelho de 3 tesla é desenhado para área de neuroimagem e permite uma resolução de imagem melhor que o de 1,5 tesla. Essa capacidade de fornecer mais detalhes é importante para a pesquisa”, disse.

Cerri explica que os pesquisadores do CInAPCe terão acesso prioritário ao novo equipamento. “O uso se encaixará na rotina de pesquisa do programa e os pesquisadores terão horários reservados para a inclusão de seus pacientes. Os horários vagos serão usados para atendimento ao público”, afirmou.

Segundo o coordenador do CInAPCe, o aparelho permitirá grandes avanços científicos, já que não se limita à ressonância morfológica e anatômica, mas abrange a ressonância funcional. “A neuroimagem desvenda as fronteiras do conhecimento e da compreensão da doença. Permite estabelecer como é o comportamento de zonas do cérebro sob determinados estímulos e condições de estresse. Com as informações funcionais que ele permite, podemos estudar os mecanismos da doença”, disse.

A aquisição do novo aparelho, de acordo com Cerri, foi acompanhada de uma parceria com a Philips. “Depois do processo de licitação, foi feito um convênio de parceria científica. Com isso, à medida em que o projeto evoluir, a empresa contribuirá com upgrades e novos softwares, incorporando os conhecimentos desenvolvidos pelo grupo para aprimorar o desempenho dos equipamentos”, afirmou.
 

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