Tanzânia quer mais mulheres cientistas
07 de julho de 2003

Programa ajudou a aumentar a proporção de mulheres matriculadas em universidade de 3% para 28%

Tanzânia quer mais mulheres cientistas

Programa ajudou a aumentar a proporção de mulheres matriculadas em universidade de 3% para 28%

07 de julho de 2003

 

O governo da Tanzânia deve financiar um projeto para aumentar o número de mulheres que estudam ciência no país. O programa, da Universidade de Dar er Salaam, vem sendo realizado há seis anos com muito sucesso.

Trata-se de uma preparação pré-universitária na forma de um treinamento intensivo de seis semanas para candidatas que não tenham inicialmente conseguido os requisitos básicos para integrar cursos científicos.

A iniciativa foi criada para tentar suprir as deficiências dos cursos secundários. Na Tanzânia, poucas alunas têm a oportunidade de estudar ciência, considerado como um campo masculino. Desde que o programa entrou em funcionamento, ajudou a aumentar a proporção de mulheres matriculadas na instituição de 3% para 28%. O programa vem funcionando graças a doações de instituições estrangeiras.

Mwantumu Malale, secretário do ministério de Desenvolvimento Comunitário, disse, em entrevista ao serviço SciDev.Net, que a decisão do governo do país em apoiar o programa é um passo fundamental no sentido de permitir o aumento do poder nas mãos femininas e diminuir as desigualdades atuais entre os gêneros. O governo quer que outras universidades passem a oferecer programas semelhantes.

A presença feminina não é pequena apenas em cursos como Biologia ou Física, mas em qualquer disciplina do ensino superior nas universidades da Tânzania. Para tentar diminuir as diferenças em uma sociedade que ainda tende a considerar o ensino como direito exclusivamente masculino, em 2002 foi criada a Universidade Feminina de Ciência e Tecnologia Kiriri.

O problema é que a universidade, que oferece cursos como Matemática e Ciência da Computação, é uma instituição privada, com anuidades na faixa de US$ 1,2 mil. Valores absolutamente proibitivos para o país, que tem renda per capita anual de apenas US$ 270, segundo dados do Banco Mundial.

Por Heitor Shimizu


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