Documentário mostra a obsessão pela ciência do pintor espanhol Salvador Dalí, presente em diversos de seus trabalhos, como A persistência da memória

Surrealismo científico
22 de setembro de 2004

Documentário mostra a obsessão pela ciência do pintor espanhol Salvador Dalí, presente em diversos de seus trabalhos, e a amizade com pesquisadores como James Watson e o matemático René Thom

Surrealismo científico

Documentário mostra a obsessão pela ciência do pintor espanhol Salvador Dalí, presente em diversos de seus trabalhos, e a amizade com pesquisadores como James Watson e o matemático René Thom

22 de setembro de 2004

Documentário mostra a obsessão pela ciência do pintor espanhol Salvador Dalí, presente em diversos de seus trabalhos, como A persistência da memória

 

Agência FAPESP - Um dos gênios artísticos mais influenciados pela ciência foi o pintor espanhol Salvador Dalí (1904-1989). A paixão do mestre do surrealismo pelo tema pode ser conferida em muitas de suas obras – incluindo algumas das mais famosas –, que reflete algumas das principais descobertas científicas do século 20. Um exemplo claro é A persistência da memória, com relógios derretidos pelos efeitos da Teoria da Relatividade.

A obsessão de Dalí pela ciência, apesar de ter se espalhado por toda sua vida, é pouco conhecida. Para tentar jogar uma nova luz nesse cenário, o documentário A Dimensão Dalí (The Dalí Dimension) mostra como o tema esteve presente por toda a carreira do artista.

A produção espanhola, dirigida por Susi Marquès e produzida por Joan Ubeda, foi exibida pela primeira vez em agosto, durante o Euroscience Open Forum, realizado em Estocolmo, na Suécia. A estréia oficial foi na última quinta-feira (16/9), em Barcelona, e o filme será exibido nas próximas semanas por emissores de televisão de diversos países europeus. Uma versão em DVD, com cenas extras e áudio em inglês, francês, espanhol e catalão está prevista para breve.

O filme mostra que Dalí lia literatura científica compulsivamente, de psicanálise à física quântica, da matemática à genética. Ao morrer, não por coincidência, tinha na mesa ao lado de sua cama livros dos físicos Erwin Schrödinger e Stephen Hawking e do matemático romeno Matila Ghyka.

Durante sua vida, o surrealista também se esforçou por conhecer diversos dos maiores nomes da ciência em seu tempo, como Sigmund Freud, James Watson, o matemático francês René Thom, o belga naturalizado norte-americano Ilya Prigogine (Nobel de química em 1959) e o espanhol Severo Ochoa (Nobel de fisiologia também em 1959).

Os cientistas costumavam se surpreender ao descobrir que, por trás do brilhante e caricatural artista de excêntricos bigodes, estava alguém capaz de discutir questões nas mais variadas áreas da ciência. No documentário espanhol, o próprio pintor fala sobre sua paixão pelo assunto, além de mostrar cenas inéditas de encontros com pesquisadores. "Pensadores e literatos não podem me dar tudo o que preciso, mas os cientistas podem, até mesmo a imortalidade da alma", dizia.

A produção espanhola destaca declarações de Prigogine, Watson e de outros pesquisadores sobre seus relacionamentos com o gênio artístico. Watson lembra que em 1965 chegou a pedir a Dalí que ilustrasse seu livro A Hélice Dupla, mas o trabalho acabou não sendo feito.

Em outra seqüência, os historiadores britânicos Dawn Ades, da Universidade de Essex, e Gavin Parkinson, da Universidade de Oxford, destacam as principais influências científicas que podem ser observadas nos trabalhos do mestre espanhol.

Mais informações: www.dalidimension.com


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