Supernova que explodiu há 25 anos continua tão brilhante como em seu auge
(foto:Nasa)

Supernova insistente
28 de julho de 2005

Astrônomos são surpreendidos ao descobrir que uma estrela que explodiu em 1979 não perdeu o brilho quando vista pelo raio X. Tais objetos costumam diminuir pela metade em apenas dez dias

Supernova insistente

Astrônomos são surpreendidos ao descobrir que uma estrela que explodiu em 1979 não perdeu o brilho quando vista pelo raio X. Tais objetos costumam diminuir pela metade em apenas dez dias

28 de julho de 2005

Supernova que explodiu há 25 anos continua tão brilhante como em seu auge
(foto:Nasa)

 

Agência FAPESP - Quem foi rainha nunca perde a majestade. O velho ditado cai como uma luva para a SN 1979C, o que é surpreendente. A estrela, que explodiu há 25 anos, deveria ter se tornado uma pálida lembrança do que foi um dia, mas não é isso o que acaba de ser descoberto.

Cientistas da Nasa, a agência espacial norte-americana, e do Centro Espacial Goddard verificaram que a SN 1979C brilha 250 vezes menos do que quando explodiu, sendo visível da Terra, hoje, apenas com telescópios mais potentes. A novidade é que, quando observada por raio X, a supernova continua tão brilhante como no seu auge.

A descoberta surpreendeu os pesquisadores, uma vez que se acreditava que tais objetos tivessem sua intensidade diminuída significativamente após poucos meses.

A partir de imagens obtidas pelo observatório espacial XMM-Newton, os astrônomos conseguiram documentar a história da estrela, tanto antes quanto depois da explosão, pela análise dos anéis de luz deixados pelo evento.

"Essa vela que brilha há 25 anos tem tornado possível estudar aspectos da explosão de uma estrela com uma riqueza de detalhes nunca antes conseguida. Todas as informações importantes que costumam desaparecer em seguida ainda estão lá", disse Stefan Immler, do Centro Goddard, em comunicado da Agência Espacial Européia.

Entre as descobertas estão detalhes sobre a história do vento estelar há mais de 16 mil anos, algo nunca antes visto, nem mesmo a respeito do Sol. Os cientistas também conseguiram medir a densidade do material ao redor da estrela, outra conquista inédita.

Mas o principal mistério, ainda sem solução, é por que a SN 1979C continua da mesma forma ao ser observada pelo raio X, mas não quando examinada pela luz visível.

Quando uma estrela explode em uma supernova o fenômeno é tão intenso que pode ofuscar uma galáxia inteira. Caso ocorra em galáxias vizinhas, costuma ser facilmente percebido mesmo com simples telescópios amadores. A regra é que, após apenas dez dias, uma supernova costuma perder metade de seu brilho.

Os resultados do estudo estão previstos para serem publicados na edição de 10 de outubro do Astrophysical Journal, no artigo Late-time X-ray, UV and optical monitoring of supernova 1979C, de Stefan Immler, Robert A. Fesen, Schuyler D. Van Dyk, Kurt W. Weiler, Robert Petre, Walter H. G. Lewin, David Pooley, Wolfgang Pietsch, Bernd Aschenbach, Molly C. Hammell e Gwen C. Rudie.

O estudo pode ser lido on-line em http://arxiv.org/abs/astro-ph/0503678

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