Uma das grandes inovações é a integração de inteligência artificial no processo de análise (foto: Secretaria de Agricultura e Abastecimento/Wikimedia Commons)

Bioenergia
Solução poderá reduzir perdas por contaminação na produção de etanol
16 de maio de 2025

Tecnologia criada no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP facilita a identificação de microrganismos contaminantes, permitindo às usinas combatê-los de forma mais rápida e precisa

Bioenergia
Solução poderá reduzir perdas por contaminação na produção de etanol

Tecnologia criada no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP facilita a identificação de microrganismos contaminantes, permitindo às usinas combatê-los de forma mais rápida e precisa

16 de maio de 2025

Uma das grandes inovações é a integração de inteligência artificial no processo de análise (foto: Secretaria de Agricultura e Abastecimento/Wikimedia Commons)

 

Agência FAPESP – O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) está finalizando um projeto de pesquisa que propõe uma solução inovadora para identificar contaminantes da fermentação, possibilitando a redução de perdas de eficiência na produção de etanol. A tecnologia tem potencial de aplicação em diversas indústrias.

Coordenado pelo professor Carlos Alberto Labate, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), o projeto se baseia na técnica de espectrometria de massas para o desenvolvimento de uma nova metodologia de detecção de bactérias contaminantes do processo de produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. Para tanto, os pesquisadores utilizam o Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionization Time-of-Flight (Maldi-Tof), equipamento amplamente usado na área da saúde para diagnósticos microbiológicos.

De acordo com Labate, “em ambientes hospitalares, o Maldi-Tof identifica rapidamente o microrganismo responsável pela infecção do paciente, permitindo que a equipe médica aja de forma rápida e eficaz. Estamos expandindo esse conceito para a indústria, desenvolvendo métodos que permitam ao Maldi-Tof identificar microrganismos presentes em ambientes industriais com rapidez e precisão similares”.

A nova metodologia poderá reduzir significativamente o tempo necessário para a identificação de contaminantes se comparada aos métodos atuais, permitindo que usinas atuem de forma mais rápida e precisa no combate à contaminação e otimizando o consumo de antimicrobianos e insumos. “A contaminação microbiana é uma das principais causas de redução de rendimento e produtividade. Seu controle eficaz é fundamental para garantir a eficiência industrial”, complementa o professor da Esalq.

IA e automação

Uma das grandes inovações trazidas pelo projeto é a integração de inteligência artificial (IA) no processo de análise. Atualmente o Maldi-Tof atua na identificação de microrganismos isolados. Os pesquisadores trabalham em modelos que permitirão a identificação de múltiplos microrganismos em uma única análise, reduzindo a complexidade, o tempo e o custo da técnica.

“Este é o primeiro passo no desenvolvimento de sistemas automatizados de controle. No futuro, a IA poderia não apenas detectar o contaminante, mas também sugerir as medidas corretivas mais eficazes. Isso traria ainda mais eficiência e reduziria o tempo de resposta nas usinas”, comenta Labate.

Além de beneficiar as usinas de etanol, a tecnologia desenvolvida pelo RCGI também tem potencial para ser aplicada em outros setores industriais. A produção de alimentos, cervejas e carnes, por exemplo, também enfrenta desafios com a contaminação por microrganismos. A mesma tecnologia pode ser adaptada para controlar esses processos, garantindo maior segurança no controle de contaminações e eficiência produtiva.

O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Escola Politécnica (Poli-USP). O projeto em pauta conta com o suporte da Shell Brasil e da Raízen.

* Com informações do RCGI.
 

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