Reservas para proteger a Floresta de Araucária serão criadas no Sul do País
(foto:RMA)

Solenidade para a araucária
20 de maio de 2005

Sessão do Conama sobre a Floresta de Araucária, realizada nesta quinta (19/5), em Campos do Jordão (SP), discutiu as ações governamentais para preservação do ecossistema. A criação de reservas no Paraná e em Santa Catarina ficará para junho

Solenidade para a araucária

Sessão do Conama sobre a Floresta de Araucária, realizada nesta quinta (19/5), em Campos do Jordão (SP), discutiu as ações governamentais para preservação do ecossistema. A criação de reservas no Paraná e em Santa Catarina ficará para junho

20 de maio de 2005

Reservas para proteger a Floresta de Araucária serão criadas no Sul do País
(foto:RMA)

 

Agência FAPESP - Uma reunião extraordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), encerrada nesta quinta-feira (19/5), abriu as comemorações da Semana da Mata Atlântica. O evento deste ano foi levado para a cidade de Campos do Jordão (SP), interior de São Paulo, por um motivo simbólico. Lá ainda existem fragmentos da Floresta de Araucária, ecossistema que está sendo discutido de forma especial este ano.

Durante a solenidade realizada no auditório Claudio Santoro – o mesmo palco do Festival de Inverno da cidade – a ministra do Meio Ambiente Marina Silva informou que enviou à Presidência da República uma proposta para que o 25 de junho seja definido como Dia Nacional da Araucária. "O tema da Semana da Mata Atlântica valoriza as florestas e também procura resgatar uma dívida histórica do país com as araucárias", disse a ministra.

Um dos anúncios mais esperados do dia não ocorreu. A criação de reservas de proteção ambiental para o pinheiro brasileiro, nos estados de Santa Catarina e do Paraná, será redescutida nos dias 20 e 24 de junho, quando estão previstas novas consultas públicas. O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama estão informando as prefeituras de Passos Maia, Abelardo Luz e Ponte Serrada, no norte catarinense, onde as reservas de proteção integral devem ser criadas.

A proposta do Governo Federal para proteger os remanescentes de matas com araucárias (pinheiro brasileiro) em Santa Catarina inclui a criação do Parque Nacional das Araucárias, da Estação Ecológica da Mata Preta e da Área de Proteção Ambiental (APA) das Araucárias. As reservas somam 445.048 hectares. Desse total, apenas 25.830 hectares serão destinados à proteção integral. Na APA, não haverá qualquer impedimento às atividades econômicas, desde que ocorram de acordo com a legislação.

Com relação ao Paraná a situação é menos conflituosa. O ministério anunciou que está concluindo a proposta de criação de cinco reservas. O Parque Nacional dos Campos Gerais, os refúgios de vida silvestre do Rio Tibagi e dos Campos de Palmas e as reservas biológicas das Perobas e das Araucárias somam 98.252 hectares.

Apesar de ser apenas uma ferramenta, mas não a única, as unidades poderiam ajudar na conservação e recuperação da floresta de araucária, acreditam os pesquisadores. Dos 3% que restam da floresta de araucária (1% apenas é de floresta primitiva), apenas 0,2% está protegido em áreas de conservação. Todos garantem que isso é insuficiente para que a biodiversidade desse tipo de floresta seja mantida.

Os números do professor João de Deus Medeiros, da Universidade Federal de Santa Catarina, aumentam a dramaticidade do quadro. Enquanto no Paraná restam apenas 0,8% de remanescentes em estágio avançado de recuperação, em Santa Catarina o percentual é de 0,7%. No Rio Grande do Sul a floresta está no limiar do desaparecimento.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.