Começará no Brasil, na quarta-feira (29/3), um eclipse solar total que poderá ser visto ao nascer do dia, especialmente no Nordeste, antes de o trajeto da sombra se estender pelo Atlântico para o resto do mundo (foto: Nasa)

Sol nasce, e some em seguida
28 de março de 2006

Começará no Brasil, na quarta-feira (29/3), um eclipse solar total que poderá ser visto ao nascer do dia, especialmente no Nordeste, antes de o trajeto da sombra se estender pelo Atlântico para o resto do mundo

Sol nasce, e some em seguida

Começará no Brasil, na quarta-feira (29/3), um eclipse solar total que poderá ser visto ao nascer do dia, especialmente no Nordeste, antes de o trajeto da sombra se estender pelo Atlântico para o resto do mundo

28 de março de 2006

Começará no Brasil, na quarta-feira (29/3), um eclipse solar total que poderá ser visto ao nascer do dia, especialmente no Nordeste, antes de o trajeto da sombra se estender pelo Atlântico para o resto do mundo (foto: Nasa)

 

Por Heitor Shimizu

Agência FAPESP - Um eclipse solar total ocorrerá na próxima quarta-feira (29/3), quando a Lua cobrirá o Sol a partir do amanhecer no Brasil. Depois, a sombra passará pelo Atlântico, nordeste da África e Ásia central, terminando ao fim do dia na Mongólia.

O fenômeno será visto principalmente no hemisfério Norte. Apesar de começar no Brasil, ele poderá ser visto por aqui apenas em parte do Nordeste. A faixa da umbra, como se chama a região coberta pelo eclipse total, terá cerca de 129 quilômetros de largura e a linha central passará pelo Rio Grande do Norte, próximo às cidades de Currais Novos, Presidente Juscelino e São José de Mipibu.

Na linha central, o eclipse durará cerca de 1 minuto e 36 segundos. Nas bordas, será de um pouco menos de 1 minuto. Em Natal, a totalidade ocorrerá entre 5h35m02s e 5h36m34s.

"Quem estiver na linha central terá a oportunidade de ver o eclipse por completo, mas moradores de outros estados também poderão apreciá-lo, ainda que parcialmente e por um tempo menor", explica o professor Enos Picazzio, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.

Moradores do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro poderão ver parte do Sol ser encoberta pela Lua. Quanto mais distante da faixa central, mais difícil será perceber o eclipse, que ficará ofuscado pelo brilho da área não coberta do Sol. Por conta disso, Picazzio recomenda que se faça uma observação indireta, pela reflexão da imagem por espelho sobre um anteparo ou pela projeção da imagem de uma luneta sobre um anteparo.

A observação indireta, ressalta o professor do IAG, deve ser adotada por todos aqueles que não tiverem óculos próprios para observação de eclipses. Não se deve olhar diretamente para o Sol e nem improvisar com filmes velados, vidros esfumaçados ou com a reflexão em superfície aquosa.

O alinhamento entre Lua, Terra e Sol ocorre com mais frequência quando a Terra está próxima da linha dos equinócios. É quando o Sol aparente cruza o equador. Se neste momento a fase lunar for cheia, o eclipse é lunar (a Lua passa pelo cone de sombra da Terra). Se for lua Nova, o eclipse é solar (o cone de sombra da Lua incide sobre a superfície terrestre).

Picazzio destaca que eclipses totais são boas oportunidades para estudos. "Eles representam uma circunstância especial que permite, por exemplo, que pesquisadores confirmem dados obtidos a partir de instrumentos como o telescópio espacial Soho, da Nasa", conta.

O último eclipse solar do tipo ocorreu em 1994. Os próximos eclipses serão em 7 de setembro (lunar parcial) e 22 de setembro (solar anular, quando o tamanho aparente da Lua é menor que o do Sol).

Mais informações: www.astro.iag.usp.br/~picazzio/eclipses2006/eclipses2006.html

A Nasa, agência espacial norte-americana, fará a transmissão do eclipse ao vivo pela internet, em parceria com o site Exploratorium e a Universidade da Califórnia em Berkeley, no endereço www.exploratorium.edu/eclipse/2006


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.