Inpa lança livro com levantamento biológico e sociocultural da Reserva do Tupé (AM) e sugere novos meios de interação do homem com o ambiente para geração de riquezas (foto: divulgação)
Inpa lança livro com levantamento biológico e sociocultural da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (AM) e sugere novos meios de interação do homem com o ambiente para geração de riquezas
Inpa lança livro com levantamento biológico e sociocultural da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (AM) e sugere novos meios de interação do homem com o ambiente para geração de riquezas
Inpa lança livro com levantamento biológico e sociocultural da Reserva do Tupé (AM) e sugere novos meios de interação do homem com o ambiente para geração de riquezas (foto: divulgação)
Agência FAPESP - Autoridades responsáveis pela gestão de uma unidade de conservação devem se preocupar não apenas com a diversidade de organismos animais e vegetais, mas também com os habitantes humanos da região. É a partir desse mote que se desenvolve o livro BioTupé: meio físico, diversidade biológica e sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central, lançado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O trabalho apresenta os primeiros resultados das pesquisas iniciadas em 2002 pelo projeto BioTupé, executado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé com 12 mil hectares e a 25 quilômetros de Manaus.
"Uma das metas do livro é destacar a importância do conhecimento da sociodiversidade das regiões que devem ser preservadas. Isso é essencial para a elaboração de novas políticas de utilização dos recursos naturais e para melhorar a qualidade de vida da população", disse Edinaldo dos Santos Silva, coordenador do projeto e organizador do livro, à Agência FAPESP.
A obra apresenta um amplo inventário da biodiversidade na Reserva do Tupé, resultado de estudos sobre vegetação, mapeamento dos recursos naturais e identificação dos organismos terrestres e aquáticos. "Em geral, a literatura diz que ambientes de águas pretas, como o rio Negro, possuem ecossistemas pobres e com pouca vida. O livro mostra que essa generalização não é verdadeira", disse Silva.
O pesquisador do Inpa explica que, em quatro anos de projeto, foi possível identificar uma grande diversidade de espécies animais e vegetais que ocorrem mais no rio Negro do que no próprio rio Solimões, considerado um dos ecossistemas mais produtivos da Amazônia.
"No entanto, se analisarmos o número de organismos aquáticos de uma mesma espécie, os ambientes de águas pretas realmente não são tão produtivos. Eles têm boa diversidade de espécies, mas em pouca quantidade", disse.
O livro também faz um levantamento socioeconômico das populações que vivem em São João do Tupé e Colônia Central, vilarejos situados na unidade de conservação. "São comunidades de baixa renda e com nível educacional extremamente crítico, com uma porcentagem alta de analfabetismo. Nossa intenção foi sugerir novos meios de interação com o ambiente para a geração de renda entre as famílias", disse.
Entre as propostas, o pesquisador cita culturas tradicionais da região como o processamento de cupuaçu e de mandioca, criação de peixes em tanques, cultivo de sementes de espécies florestais e a prática do artesanato com matérias-primas locais.
"A idéia não é apenas incentivar essas atividades, mas oferecer condições para que a população se mantenha trabalhando. O livro poderá servir para que as autoridades locais formulem novas políticas destinadas ao desenvolvimento econômico e sustentável da região", disse Silva.
O Projeto BioTupé conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O livro será distribuído pela Editora do Inpa a bibliotecas e escolas do Amazonas e vendido para interessados no projeto BioTupé.
Mais informações: http://biotupe.inpa.gov.br.
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