Maria Bernardete de Sousa, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (foto: E.Geraque)
Investigações realizadas em sagüis por Maria Bernardete de Sousa, da UFRGN, mostram como as diferenças existentes entre os cérebros dos machos e das fêmeas podem ajudar a salvar espécies ameaçadas de extinção
Investigações realizadas em sagüis por Maria Bernardete de Sousa, da UFRGN, mostram como as diferenças existentes entre os cérebros dos machos e das fêmeas podem ajudar a salvar espécies ameaçadas de extinção
Maria Bernardete de Sousa, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (foto: E.Geraque)
Agência FAPESP - Os machos vivem mais em grupo, enquanto as fêmeas estão mais acostumadas a migrar para outros locais. Diferenças entre sagüis machos e fêmeas são o alvo de atenção da médica Maria Bernardete de Sousa, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Por meio de investigações no campo da endocrinologia e da etologia, Maria Bernardete acredita ser possível salvar espécies de primatas ameaçadas de extinção. "Com base em nossos resultados, será possível recriar em cativeiros condições reprodutivas ideais para que as espécies possam procriar", afirmou.
Com os sagüis do Rio Grande do Norte, ameaçados de extinção, a pesquisadora busca estabelecer nexos entre as respostas hormonais e o comportamento no meio ambiente natural.
Para que a reprodução possa ocorrer da melhor forma possível, a idéia é manipular a questão ambiental, que vai interferir por completo na comportamental, ou a parte hormonal, que poderá induzir um certo tipo esperado de comportamento.
"Mudanças ambientais bruscas, ou o isolamento, causam alterações no nível do hormônio cortisol entre os sagüis", disse Maria Bernardete. Segundo ela, nessas pesquisas é que a diferenciação comportamental entre os sexos se revela.
É sabido que, entre os seres humanos, explica a pesquisadora, a mulher tem uma fluência verbal maior que o homem. Além disso, o sexo feminino costuma ter uma plasticidade maior, o que equivale dizer que é mais fácil uma mulher se recuperar de um eventual acidente vascular cerebral do que um homem.
A diferenciação do cérebro masculino do feminino, desde a fase uterina, está ligada a processos hormonais. São essas substâncias que vão induzir os genes a se manifestarem de uma forma ou de outra. "Definitivamente, a mulher não é igual ao homem", disse Maria Bernardete.
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