Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno (ilust.:Kasi/CBNU/Arcsec)
Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno
Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno
Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno (ilust.:Kasi/CBNU/Arcsec)
A descoberta, feita a partir da colaboração de 70 astrônomos de 11 países, entre os quais amadores, está descrita na edição de 15 de fevereiro da revista Science. O grupo, coordenado por Scott Gaudi, da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, usou telescópios de 11 observatórios, em locais como Chile, Tasmânia, Israel e Ilhas Canárias.
Segundo os autores do estudo, o sistema encontrado aparenta ser uma versão análoga e reduzida do Sistema Solar. Um dos planetas tem cerca de 70% da massa de Júpiter, e outro, 90% da de Saturno. A estrela que eles orbitam tem aproximadamente 50% da massa do Sol.
Embora a estrela seja muito menos radiante do que o Sol, as temperaturas dos planetas são semelhantes às de Júpiter e Saturno, por conta da maior proximidade em relação ao sol do sistema.
"O mais fascinante é que se colocarmos tudo em escala em relação à massa e ao brilho de sua estrela, tanto as massas dos planetas como a quantidade de luz que recebem estão muito próximas aos valores de Júpiter e Saturno. Ou seja, descobrimos um sistema solar análogo, ou ‘escalonado’, ao nosso", disse Gaudi.
Os dois planetas foram observados quando a estrela que orbitam cruzou em frente a uma estrela mais distante, em relação à posição da Terra. O resultado foi que durante um período de duas semanas, entre março e abril de 2006, a estrela mais próxima ampliou em 500 vezes a luz da mais distante, em um evento conhecido como microlente gravitacional.
A técnica de observação a partir do fenômeno é baseada em um conceito discutido inicialmente por Albert Einstein no início do século 20. Quando astrônomos observam uma estrela, as ondas luminosas viajam da estrela até o telescópio. Entretanto, se outra estrela cruza o caminho – ainda que separadas por grandes distâncias –, a gravidade do objeto mais próximo atua como uma lente que aumenta a luz.
Telescópios não são capazes de identificar detalhes na imagem ampliada, mas conseguem perceber um pico na intensidade luminosa. E, quando um planeta está presente e próximo à estrela mais próxima, a gravidade do planeta adiciona um pico próprio. E é esse pico que é usado pelos astrônomos para determinar o tamanho do planeta e a distância de sua estrela.
"Esta é a primeira vez em que um planeta com massa similar à de Júpiter é detectado junto com planetas adicionais. Podemos chamar isso de sorte, mas acho que significa que tais sistemas são comuns em nossa galáxia", disse Gaudi.
O artigo Discovery of Jupiter/Saturn analog with gravitational microlensing, de Scott Gaudi e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
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