Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno (ilust.:Kasi/CBNU/Arcsec)

Sistema Solar em miniatura
15 de fevereiro de 2008

Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno

Sistema Solar em miniatura

Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno

15 de fevereiro de 2008

Com ajuda de uma nova técnica de observação, astrônomos de 11 países descobrem sistema semelhante ao Solar, com planetas que lembram versões reduzidas de Júpiter e Saturno (ilust.:Kasi/CBNU/Arcsec)

 

Agência FAPESP – Um grupo internacional de cientistas acaba de anunciar a descoberta de um sistema solar a cerca de 5 mil anos-luz que conta com versões reduzidas dos planetas Júpiter e Saturno. A observação indica que a Via Láctea pode conter muitos sistemas estelares semelhantes ao qual pertence a Terra.

A descoberta, feita a partir da colaboração de 70 astrônomos de 11 países, entre os quais amadores, está descrita na edição de 15 de fevereiro da revista Science. O grupo, coordenado por Scott Gaudi, da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, usou telescópios de 11 observatórios, em locais como Chile, Tasmânia, Israel e Ilhas Canárias.

Segundo os autores do estudo, o sistema encontrado aparenta ser uma versão análoga e reduzida do Sistema Solar. Um dos planetas tem cerca de 70% da massa de Júpiter, e outro, 90% da de Saturno. A estrela que eles orbitam tem aproximadamente 50% da massa do Sol.

Embora a estrela seja muito menos radiante do que o Sol, as temperaturas dos planetas são semelhantes às de Júpiter e Saturno, por conta da maior proximidade em relação ao sol do sistema.

"O mais fascinante é que se colocarmos tudo em escala em relação à massa e ao brilho de sua estrela, tanto as massas dos planetas como a quantidade de luz que recebem estão muito próximas aos valores de Júpiter e Saturno. Ou seja, descobrimos um sistema solar análogo, ou ‘escalonado’, ao nosso", disse Gaudi.

Os dois planetas foram observados quando a estrela que orbitam cruzou em frente a uma estrela mais distante, em relação à posição da Terra. O resultado foi que durante um período de duas semanas, entre março e abril de 2006, a estrela mais próxima ampliou em 500 vezes a luz da mais distante, em um evento conhecido como microlente gravitacional.

A técnica de observação a partir do fenômeno é baseada em um conceito discutido inicialmente por Albert Einstein no início do século 20. Quando astrônomos observam uma estrela, as ondas luminosas viajam da estrela até o telescópio. Entretanto, se outra estrela cruza o caminho – ainda que separadas por grandes distâncias –, a gravidade do objeto mais próximo atua como uma lente que aumenta a luz.

Telescópios não são capazes de identificar detalhes na imagem ampliada, mas conseguem perceber um pico na intensidade luminosa. E, quando um planeta está presente e próximo à estrela mais próxima, a gravidade do planeta adiciona um pico próprio. E é esse pico que é usado pelos astrônomos para determinar o tamanho do planeta e a distância de sua estrela.

"Esta é a primeira vez em que um planeta com massa similar à de Júpiter é detectado junto com planetas adicionais. Podemos chamar isso de sorte, mas acho que significa que tais sistemas são comuns em nossa galáxia", disse Gaudi.

O artigo Discovery of Jupiter/Saturn analog with gravitational microlensing, de Scott Gaudi e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.


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