Trabalho de João Gabriel Marques Fonseca, da UFMG, aponta que técnicas musicais têm relação direta com a intensidade e o tipo de dor sofrida pelo pianista ao longo dos anos

Sintomas musicais
27 de julho de 2007

Trabalho de João Gabriel Marques Fonseca, da Faculdade de Medicina e da Escola de Música da UFMG, aponta que técnicas musicais têm relação direta com a intensidade e o tipo de dor sofrida pelo pianista ao longo dos anos

Sintomas musicais

Trabalho de João Gabriel Marques Fonseca, da Faculdade de Medicina e da Escola de Música da UFMG, aponta que técnicas musicais têm relação direta com a intensidade e o tipo de dor sofrida pelo pianista ao longo dos anos

27 de julho de 2007

Trabalho de João Gabriel Marques Fonseca, da UFMG, aponta que técnicas musicais têm relação direta com a intensidade e o tipo de dor sofrida pelo pianista ao longo dos anos

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – As técnicas musicais empregadas na execução de determinada música ao piano têm relação direta com a intensidade e o tipo de dor que o pianista pode desenvolver com o passar dos anos. Em contrapartida, não existe relação entre dor e o tempo de experiência: quanto melhor as técnicas pianísticas forem executadas, menor são as chances de o paciente desenvolver os sintomas.

Esse é o principal resultado da tese de doutorado Freqüência dos problemas neuromusculares ocupacionais dos pianistas e sua relação com a técnica pianística, defendida no mês passado no Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais, por João Gabriel Marques Fonseca, professor da Faculdade de Medicina e da Escola de Música da UFMG.

Fonseca analisou 93 pianistas profissionais e 51 pessoas leigas, usadas como grupo controle e que não tinham nenhuma atividade relacionada com a prática musical. O grupo de pianistas respondeu a um questionário específico sobre sintomas e dores relacionadas à prática musical e parte também foi submetida a uma avaliação sobre a técnica musical por meio de observações.

Auxiliado por estudantes das duas faculdades, o pesquisador filmou os pianistas executando músicas eruditas e criou um protocolo de análise das técnicas, em que foram verificados os movimentos e gestos mais freqüentes e feita a análise de como tais posturas poderiam gerar desconforto nos músculos e membros dos profissionais.

O grupo controle respondeu ao mesmo questionário dos pianistas, com exceção das perguntas técnicas sobre música. Com base nas respostas do questionário e na observação das filmagens, o pesquisador concluiu que 94% dos pianistas apresentaram algum tipo de desconforto durante a execução das músicas.

"A postura e a assimetria do tronco, a intensidade das tensões musculares do braço e o posicionamento das mãos nas teclas do piano são as variáveis mais comuns e que, se não executadas corretamente, podem gerar maior índice de fadiga e desconforto", disse Fonseca à Agência FAPESP.

Segundo ele, o protocolo de análise gerado pelo estudo, que oferece 15 diretrizes para a identificação de problemas enquanto o pianista executa uma música, pode servir de referência para os médicos não especializados no tratamento desse tipo de dor.

"Trata-se de um padrão de análise que oferece aos médicos alternativas para o tratamento da dor causada pela prática musical e que também oferece ferramentas para que pacientes consigam melhorar suas técnicas musicais e, conseqüentemente, diminuir a probabilidade de sentir dor", explicou.

Mais informações: joaogabriel@medicina.ufmg.br


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