Peixe-zebra é um bom modelo para o estudo das interações evolutivas que existem entre os vertebrados e os microrganismos que vivem em seus intestinos (foto: Un.Oregon)

Simbiose intestinal
16 de março de 2004

Pesquisa feita por cientistas da Universidade de Washington mostra que o peixe-zebra é um bom modelo para o estudo das interações evolutivas entre os vertebrados e os microrganismos que vivem em seus intestinos

Simbiose intestinal

Pesquisa feita por cientistas da Universidade de Washington mostra que o peixe-zebra é um bom modelo para o estudo das interações evolutivas entre os vertebrados e os microrganismos que vivem em seus intestinos

16 de março de 2004

Peixe-zebra é um bom modelo para o estudo das interações evolutivas que existem entre os vertebrados e os microrganismos que vivem em seus intestinos (foto: Un.Oregon)

 

Agência FAPESP - As interações moleculares que existem entre vertebrados e as espécies microscópicas que vivem no intestino continuam praticamente desconhecidas dos cientistas. Encontrar modelos e evidências da evolução dessa convivência harmônica é o objetivo científico de John Rawls e de seus colaboradores Buck Samuel e Jeffrey Gordon, todos do Departamento de Biologia Molecular e Farmacologia da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

Em artigo assinado pelo grupo, publicado na edição desta semana da Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o peixe-zebra (Dario rerio) é considerado um excelente modelo biológico para que a investigação dessas simbioses intestinais avançem.

O que antes era conhecido apenas em ratos, também foi descoberto entre os peixes. Os cientistas conseguiram identificar interações moleculares significativas entre hospedeiros e micróbios. Os resultados da pesquisa mostram que 212 genes do peixe-zebra são regulados pela microbiota encontrada no trato digestivo.

O estudo mostra ainda que 59 respostas fisiológicas já identificadas em ratos também estão presentes no peixe-zebra. São processos relacionados com o estímulo da proliferação epitelial do intestino, promoção do metabolismo nutritivo e de respostas imunes inatas.

A escolha do peixe-zebra para esse tipo de pesquisa tem vários motivos. A investigação de mecanismos moleculares nessa espécie é mais fácil porque o desenvolvimento desses animais pode ser observado com maior clareza, uma vez que o peixe é transparente.

Os métodos laboratoriais para a produção de espécimes de peixe-zebra sem a presença de microrganismos no trato intestinal também deram resultados positivos. Na identificação das espécies que fazem parte da microbiota dessa espécie de peixe, o que não havia sido efeito por nenhum grupo de pesquisa até agora, os cientistas detectaram outros dados interessantes.

Bastante presentes no intestino de ratos, humanos e de outro mamíferos, gêneros de bactérias do grupo das Bacteroidetes também foram localizados nos peixes estudados. Outros grupos microscópicos encontrados no peixe-zebra são considerados pelos cientistas como responsáveis pelo controle do crescimento de certos grupos de patógenos, que também vivem na flora intestinal de outras espécies de peixe.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.