Sexo e violência prejudicam propaganda
08 de agosto de 2003

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, mostra que anunciar durante programas de televisão com conteúdo sexual ou violento é mau negócio

Sexo e violência prejudicam propaganda

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, mostra que anunciar durante programas de televisão com conteúdo sexual ou violento é mau negócio

08 de agosto de 2003

 

Agência FAPESP - Anunciar em intervalos de programas de televisão que exibem cenas de violência ou sexo é um mau negócio. A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, em estudo apresentado na quinta-feira (7/8), durante o encontro anual da Associação de Psicologia Americana.

Segundo a pesquisa, os espectadores lembram menos as marcas exibidas durante programas com tal conteúdo. "Se o programa de TV tem sangue ou sexo, a lembrança da marca se apaga", resumiu Brad Bushman, professor do Instituto para Pesquisas Sociais da universidade, um dos maiores centros do tipo no mundo, e coordenador do estudo.

Os pesquisadores estudaram o comportamento de 324 pessoas e verificam que sexo e violência interferiram de maneira negativa na lembrança de anúncios logo após os programas e no dia seguinte. Os índices inferiores foram identificados mesmo quando os comerciais eram de produtos que tinham a ver com os programas.

Bushman e equipe pediram que os voluntários, homens e mulheres, assistissem a vídeos de 18 programas diferentes, com temas pornográficos, cenas de violência e outros, como documentários. Os anúncios originalmente exibidos foram trocados por propagandas com assuntos diversos. Após assistirem aos programas, os participantes eram perguntados sobre os tipos de produtos e marcas exibidas nos anúncios.

Os cientistas verificaram que a fixação das marcas e produtos foi 17% maior quando o programa era "neutro" em relação aos de conteúdo violento e 21% maior quando comparado com programas pornográficos. Verificaram também que os anúncios violentos foram 20% menos lembrados do que os de teor sexual e 18% menos do que os demais.

A pesquisa mostrou ainda que o tipo de programa não interage com o do anúncio para influenciar a memória. "Exibir anúncios com conteúdo violento ou pornográfico em programas de mesmo teor não ajuda a fixar os anúncios. As pessoas simplesmente lembram menos das propagandas mostradas em tais programas. Em outras palavras, sexo e violência não ajudam a vender", disse Bushman.


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