Para Pedro Arboleda, do Monitor Company Group, uma pitada de paranóia é fundamental para ultrapassar as barreiras da inovação
(foto: T. Romero)

Sentimento de urgência
07 de junho de 2006

Pedro Arboleda, especialista em competitividade econômica do Monitor Company Group, dos Estados Unidos, discute na Conferência Anual da Anpei as formas de construir uma cultura inovadora nas empresas

Sentimento de urgência

Pedro Arboleda, especialista em competitividade econômica do Monitor Company Group, dos Estados Unidos, discute na Conferência Anual da Anpei as formas de construir uma cultura inovadora nas empresas

07 de junho de 2006

Para Pedro Arboleda, do Monitor Company Group, uma pitada de paranóia é fundamental para ultrapassar as barreiras da inovação
(foto: T. Romero)

 

Por Thiago Romero, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP - Sentimento de urgência. Esse deve ser o lema para que as empresas consigam se comunicar com o governo e formar um diálogo estreito voltado para o aumento da capacidade inovadora.

Segundo Pedro Arboleda, especialista em competitividade econômica do Monitor Company Group, dos Estados Unidos, resultados expressivos em competitividade e inovação normalmente são obtidos no longo prazo e, por conta disso, tais processos devem ser implementados o mais rapidamente possível.

"Uma pitada de paranóia faz a diferença, pois são inúmeras as barreiras para a inovação. Se quiserem ter sucesso nessa área, os empresários têm que enxergar a inovação como uma maratona, e não como uma corrida de curta distância. Como as mudanças necessárias levam tempo para ocorrer, é preciso começar o quanto antes", afirmou na palestra Inovação como ferramenta estratégica para competir, realizada durante a 6ª Conferência Anual da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), que termina nesta quarta-feira (7/6), no Rio de Janeiro.

Para que a inovação tenha forte impacto na economia de um país, sugere Arboleda, é preciso adotar esforços conjuntos de incentivo nas universidades, instituições governamentais e empresas. A construção de uma "cultura inovadora" deve ser sustentada, segundo ele, sobre três pilares fundamentais.

O primeiro seria a criação de grupos de empresas inovadoras ou instituições que trabalhem em conjunto para o desenvolvimento local. "As corporações, cada vez mais, dependem desse tipo de interação para melhorar seus processos inovadores. Ainda que, no início, elas não consigam incorporar a inovação de fato, já é uma grande vantagem poderem usar esse intercâmbio local para otimizar suas operações internas", afirmou.

Arboleda entende que tais conjuntos empresariais devem ser formados principalmente por pequenas e médias empresas. "Essa política de agrupamentos locais deve criar um ambiente de negócio competitivo e justo que possa se refletir em outros ambientes de negócios nos quais a empresa poderá operar. São entidades que trabalham em parceria visando ao aumento de produtividade", disse.

O segundo pilar, segundo o consultor, é a da adoção de estratégias de mercado com base em capital de risco, o que seria possível por meio da criação de uma cultura voltada para a experimentação. "O empresário deve ter habilidades para suportar riscos e não ter o estigma da falência", apontou.

Entender a visão de liderança, que também pode ser propiciada pela capacidade de inovação da empresa, é a constituinte principal do terceiro pilar. "Para isso, os empresários precisam aproveitar as reduções tarifárias e os incentivos fiscais no financiamento das atividades de pesquisa e desenvolvimento", disse.

Segundo Arboleda, os empresários precisam sempre questionar até que ponto as leis de inovação vigentes no país onde atuam estão sendo suficientes para fomentar a competitividade de suas operações.


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