Testes realizados na Embrapa Semi-Árido, em Petrolina (PE), destacam o potencial do óleo vegetal extraído do pinhão manso
Testes realizados na Embrapa Semi-Árido, em Petrolina (PE), destacam o potencial do óleo vegetal extraído do pinhão-manso para a produção de biodiesel
Testes realizados na Embrapa Semi-Árido, em Petrolina (PE), destacam o potencial do óleo vegetal extraído do pinhão-manso para a produção de biodiesel
Testes realizados na Embrapa Semi-Árido, em Petrolina (PE), destacam o potencial do óleo vegetal extraído do pinhão manso
Agência FAPESP - O pinhão-manso (Jatropha curcas), que pertence à família das euforbiáceas, a mesma da mamona e da mandioca, ainda não é explorado comercialmente no Brasil. Mas, de acordo com resultados de estudos realizados na Embrapa Semi-Árido, a proliferação da cultura em diferentes partes do Nordeste é questão de tempo.
Pesquisadores da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Petrolina (PE) identificaram um forte potencial para a produção de biodiesel a partir do óleo vegetal extraído da semente do pinhão-manso. Os primeiros testes com o arbusto já o credenciam a integrar a lista de plantas oleaginosas que compõem o programa de produção do biocombustível no país.
"Apesar de os estudos com a planta serem bem recentes, logo nos primeiros ensaios com o óleo do pinhão-manso foi possível produzir biodiesel, cujas propriedades atenderam a todas as exigências técnicas da ANP [Agência Nacional do Petróleo]", disse José Barbosa dos Anjos, pesquisador da Embrapa Semi-Árido, à Agência FAPESP.
O pesquisador explica que a vantagem do pinhão-manso, além de sua adaptação em solos de pouca fertilidade, é a resistência elevada, inclusive em períodos de estiagem no semi-árido. "Ele é conhecido há décadas pela população nordestina. O pinhão-manso cresce em uma planta oleaginosa com um ciclo produtivo que se estende por até 50 anos, o que contribui para a redução de seus custos de produção", aponta Barbosa, que coordena os experimentos ao lado de Marcos Antonio Drumond, também da Embrapa Semi-Árido.
"Essa é mais uma alternativa para a produção do biocombustível. O óleo de mamona, que é o mais difundido em todo o país, é muito nobre para ser transformado em biodiesel", destaca Barbosa. O pesquisador também lembra que, apesar de gerar um óleo com mais de 400 diferentes aplicações, a mamona precisa ser plantada novamente em aproximadamente dois anos. "Os estudos também indicaram que é possível extrair 40% de óleo do pinhão-manso, enquanto na mamona esse índice chega a 50%", disse.
A aposta em sementes alternativas também poderá render dividendos internacionais. Por causa da semelhança com o óleo de colza, planta utilizada para o processamento de biodiesel na Europa, grupos estrangeiros começam a se instalar em Petrolina, que fica a 750 quilômetros da capital Recife. Um deles, de origem portuguesa, está montando uma indústria para explorar tanto o óleo de mamona quanto o do pinhão-manso.
Os técnicos da Embrapa Semi-Árido estão realizando testes com a cultura em campos experimentais nos municípios de Petrolina (PE), Araripina (PE), Senhor do Bonfim (BA) e Nossa Senhora da Glória (SE).
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