Estudo de grupo europeu aponta que Homo sapiens de 160 mil anos tinha ritmo de desenvolvimento parecido com o dos humanos atuais (foto: divulgação)

Semelhança ancestral
13 de março de 2007

Estudo de grupo europeu aponta que Homo sapiens de 160 mil anos tinha ritmo de desenvolvimento parecido com o dos humanos atuais. Descoberta pode fornecer pistas sobre quando e onde a anatomia e o comportamento humanos se originaram

Semelhança ancestral

Estudo de grupo europeu aponta que Homo sapiens de 160 mil anos tinha ritmo de desenvolvimento parecido com o dos humanos atuais. Descoberta pode fornecer pistas sobre quando e onde a anatomia e o comportamento humanos se originaram

13 de março de 2007

Estudo de grupo europeu aponta que Homo sapiens de 160 mil anos tinha ritmo de desenvolvimento parecido com o dos humanos atuais (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP – Um estudo realizado por pesquisadores europeus revelou indícios de que o humano moderno existe há pelo menos 160 mil anos. De acordo com a pesquisa, o momento em que o Homo sapiens começou a viver no norte da África pode ser anterior ao que se imaginava.

O trabalho, liderado por Tanya Smith, do Instituto de Antropologia Evolucionária Max Planck, em Leipzig, na Alemanha, abordou padrões de crescimento dos dentes de um jovem humano fossilizado, encontrado no Marrocos, utilizando técnicas de microtomografia com raios X síncrotron.

O trabalho será publicado esta semana no site e posteriormente na versão impressa dos Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

De acordo com o estudo, o crescimento dental causa, a cada hora, dia e ano, mudanças que permitem avaliar o ritmo de desenvolvimento do indivíduo, permanentemente gravado em cada dente. O processo é semelhante ao que permite avaliar a idade das árvores pelos anéis de crescimento nos troncos.

Os pesquisadores descobriram que o jovem, que viveu há 160 mil anos, apresentava diversas características semelhantes às de crianças européias modernas. O padrão de crescimento dental do fóssil foi considerado mais parecido com o do Homo sapiens atual do que de outras espécies do gênero Homo, indicando um longo período de desenvolvimento.


Infância demorada

Estudos recentes de desenvolvimento demonstram que os primeiros fósseis hominídeos tinham períodos de crescimento mais curtos do que os humanos atuais, com uma infância reduzida. O momento em que essa diferença se deu, no entanto, permanece desconhecido.

De acordo com os pesquisadores, os resultados fornecerão pistas sobre quando e onde a anatomia e o comportamento humanos se originaram. Ajudará também a descobrir as origens da infância relativamente longa, característica dos seres humanos.

O estudo mostra que o tempo de formação das coroas dos dentes do fóssil juvenil é até maior que as médias de humanos modernos. Já o desenvolvimento da raiz é mais acelerado do que o do homem hoje, mas menor do que em macacos atuais e em alguns hominídeos fósseis.

O fóssil do Marrocos, chamado de "o jovem de Jebel Irhoud", teve seu padrão de desenvolvimento, semelhante ao do humano moderno, medido pelo grau de erupção, estado de desenvolvimento e tempo de formação da coroa dentária.

De acordo com os cientistas, o estudo reforça a importância cada vez maior do norte da África para entender as origens da modernidade anatômica e comportamental dos humanos.

O artigo Earliest evidence of modern human life history in North African early Homo sapiens, de Tanya M. Smith e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.


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