Seqüenciamento do genoma do anfioxo abre um novo capítulo no estudo da transição entre invertebrados e vertebrados (foto: N. PUtnam e N.Patel)
Seqüenciamento do genoma do anfioxo, pequeno animal que lembra um peixe ou um verme – apesar de não ser nenhum dos dois –, abre um novo capítulo no estudo da transição entre invertebrados e vertebrados
Seqüenciamento do genoma do anfioxo, pequeno animal que lembra um peixe ou um verme – apesar de não ser nenhum dos dois –, abre um novo capítulo no estudo da transição entre invertebrados e vertebrados
Seqüenciamento do genoma do anfioxo abre um novo capítulo no estudo da transição entre invertebrados e vertebrados (foto: N. PUtnam e N.Patel)
Pertencente a um grupo de cordados primitivos, trata-se de um organismo que tem interessado aos cientistas há mais de um século, por estar no meio da transição evolutiva entre invertebrados e vertebrados.
O seqüenciamento do genoma do anfioxo acaba de ser anunciado e, não por coincidência, ganhou a capa da nova edição da revista Nature. O estudo, a partir da espécie Branchiostoma floridae, foi feito por um extenso grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, Europa e Japão.
No artigo agora publicado, os cientistas descrevem a estrutura e conteúdo do genoma do organismo e mostram reorganizações que ocorreram na linhagem dos vertebrados desde que viveu o último antepassado comum entre o anfioxo e os vertebrados, há cerca de 550 milhões de anos.
Os pesquisadores também identificaram seqüências semelhantes que foram conservadas nos genomas do anfioxo atual e de vertebrados, apesar da longa evolução independente.
"O genoma de qualquer espécie, embora informativo, é muito mais que um simples registro. Dois genomas são mais interessantes, porque se pode fazer comparações entre eles. Mas quando temos três ou mais, a história muda por completo, pois podemos delinear hipóteses bem precisas do curso da evolução genômica e fazer perguntas importantes sobre a origem das novidades morfológicas", destacou a Nature em comentário na mesma edição a respeito da importância do novo seqüenciamento e das possibilidades de comparação com o de genomas de vertebrados, entre os quais o homem.
Criatura que passa a maior parte da vida enterrada no fundo do mar, o anfioxo foi descrito pela primeira vez em 1774, como uma espécie de lesma. Foi somente no século seguinte que o russo Alexander Kowalevsky (1840-1901), um dos precursores da biologia evolutiva, deu ao animal o devido valor, ao incluí-lo corretamente no filo Chordata.
Embora não tenha uma cabeça distingüível, o anfioxo tem seu corpo sustentado por uma notocorda, bastão dorsal flexível presente apenas nas fases embrionárias dos vertebrados, em que é substituído pela coluna vertebral.
O artigo The amphioxus genome and the evolution of the chordate karyotype, de Nicholas Putnam e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
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